domingo, 12 de junho de 2011

Porque dou o meu apoio à candidatura de António José Seguro a Secretário Geral do PS.





Quem conhece a minha actividade política, no Partido Socialista ou em outras organizações, sabe que sou homem de causas e convicções. Significa, que não sigo pessoas, por mais importante que seja a sua personalidade e a influência que possa exercer através do poder.


Nunca tive a oportunidade, de participar em qualquer debate político com A. J. Seguro ou F Assis mas, considero, que ambos são excelentes quadros do Partido. Não são camaradas das minhas relações pessoais, dentro do Partido, apesar de conhecer muitos militantes e já ter intervido em inúmeras reuniões, debates internos e públicos.


Quero, com estas notas prévias, deixar claro qual o motivo que me "obrigou" a expressar, publicamente, o meu apoio à candidatura de A. J. Seguro a Secretário Geral do Partido Socialista.


Penso conhecer, razoavelmente, o pensamento político e ideológico dos dois candidatos. Considero não cometer qualquer erro se afirmar que, F.Assis, está mais próximo da tese dos que defendem, que "o PS deve ser um grande partido popular", ou seja, da chamada Terceira Via.


A. J. Seguro, tanto quanto tenho conhecimento, sempre se identificou mais com a orientação "tradicional" do PS, sempre assumiu que o Partido deve ser de esquerda, valorizar as suas raízes e assumir a sua matriz ideológica com base no Socialismo Democrático.


As diferenças, entre Assis e Seguro,que acabo de referir, já seriam suficientes para me aproximar mais da orientação do A.J.Seguro. Todavia, além das posições políticas que cada um dos candidatos defendeu ao longo da sua carreira partidária, da maior ou menor coerência assumida na prática, é relevante as declarações políticas, feitas na apresentação das candidaturas.


F. Assis, apresentou-se com pouco á vontade e, aparentemente, sem grande convicção. Depois, o seu discurso não foi claro nem objectivo, não revelou um esboço de programa minimamente estruturado e, acima de tudo, não ter assumido as suas posições em documento escrito pode gerar dúvidas. Por falta de tempo de preparação, ou de convicção, a sua apresentação, não alterou as ideias que já tinha a seu respeito.


Na minha opinião, a declaração de candidatura, com que A. J. seguro se apresentou aos militantes socialistas e ao povo português, foi clara, objectiva e explicita quanto ao conteúdo das propostas de dinamização do partido, quer quanto aos objectivos de acção política para o futuro do partido e do país.


Como todos tem acesso à declaração do A. J. Seguro, quero apenas realçar alguns aspectos que considero mais relevantes, com os quais me identifico totalmente e que tenho defendido, por escrito, ou em intervenções nas reuniões partidárias.


Afirmar que o combate às desigualdades sociais, a defesa da escola pública, do serviço nacional de saúde e dos direitos sociais, não depende de qualquer crise ou problema externo, mas apenas das decisões dos portugueses, só pode ter a minha total concordância. Embora a forma fosse diferente, eu escrevi um artigo onde defendia, como prioridade nacional, a necessidade de discutirmos o que apenas depende de nós, portugueses.


Assumir como grave problema, a situação dos desempregados, não é apenas justo e obrigatório para um partido que quer ser alternativa de governo, como foi uma das principais lacunas, nos discursos e propaganda da campanha do PS nas últimas eleições.


Finalmente, quero realçar, a defesa que A, J. Seguro fez, da necessidade e obrigatoriedade de ouvir os militantes e de dinamizar os órgãos dirigentes do Partido, a todos os níveis, mas, especialmente, a abertura que defendeu para os deputados exprimirem posições diversificadas e, a reafirmação, do princípio da participação colectiva nas decisões de todos os órgãos do partido!


Em síntese, acredito no Homem, confio nos seus propósitos de renovação interna, partilho das opções políticas e ideológicas, expressas na declaração de candidatura, quero contribuir para que A. J. Seguro seja eleito Secretário Geral do Partido Socialista!


domingo, 5 de junho de 2011

LOUÇÃ E O BLOCO, RECEBERAM O PRÉMIO DE TER CHUMBADO O PEC IV!


Acabei de viver uma das piores noites eleitorais. Até nos discursos, foi perceptível, a diferença entre o ciclo que encerrou e o período negro ,de retorno ao passado, que se anuncia. Não regresso ao fascismo, mas ao que ele significou, pela negativa, em termos económicos e sociais ou, noutros termos, o não reconhecimento de direitos económicos e sociais para o mundo do trabalho. Mais paradoxal e revoltante, é o facto de esta alteração de ciclos ter sido proporcionado pelos "arautos" da defesa dos direitos e regalias sociais!


Desagradou-me, profundamente, a derrota do Partido Socialista nestas eleições. A direita portuguesa, sedente de poder e revanchista, sabia que, ao tentar desencadear um processo eleitoral com o chumbo de PEC IV, dificilmente deixaria de ganhar as eleições. Todos os processos eleitorais na Europa, desde 2009, tinham constituído pesadas derrotas para os partidos no poder, fossem de esquerda ou de direita. O que foi chocante, foram as atitudes políticas do PCP e do BLOCO, que certamente conscientes dessa quase inevitabilidade, tenham colaborado com a direita, não só para a queda do governo, como, durante a campanha tenham feito do PS o inimigo principal!


Apurados os votos, o resultado é elucidativo: vitória com maioria absoluta para a direita, o PCP, ganhou um deputado como consequência do aumento da abstenção, o Bloco, sofreu a maior derrota em termos percentuais e ficou reduzido, para metade, o seu grupo de deputados! Os eleitores já compreenderam o que é e para que serve o BLOCO, já lhe deram o prémio merecido. Com as medidas aprovadas com a UE, BCE e FMI, e ainda as mudanças decorrentes do programa neoliberal do PSD, o PCP, certamente receberá o seu prémio em próximas eleições, ainda que ,antes disso, os seus activistas e eleitores comecem a pagar a factura da sua irresponsabilidade.


Quanto aos resultados do PS, ainda que fosse difícil ganhar, pelas razões atrás aduzidas, tive a oportunidade de aqui escrever e de afirmar em reuniões dentro do Partido, que deveria ter havido uma ou outra "bandeira" e, principalmente, alteração na propaganda e comunicação política. Entretanto, como José Sócrates acabou por se demitir, a análise dos resultados eleitorais, em termos nacionais e concelhios, será feito posteriormente, já enquadrado no novo processo eleitoral interno do PS.


Em síntese, o dia 5 de Junho, será possivelmente recordado como uma vitória da direita, que tudo fará para acabar com os direitos sociais conquistados após o 25 de Abril, mas, indiscutivelmente, como o dia em que, o nosso país, perdeu um LÍDER, quando o povo mais precisaria dele! Antes de pouco tempo, será melhor compreendido e até desejado, inclusive, por muitos que o atacaram e contribuíram para a sua derrota!