quinta-feira, 24 de novembro de 2011
PERPLEXIDADES III
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
PERPLEXIDADES II
PERPLEXIDADES I
domingo, 6 de novembro de 2011
IGNORÂNCIA, OCULTAÇÃO OU DETURPAÇÃO DOS FACTOS, O QUE SERÁ PIOR?
Hoje, vou procurar analisar, politicamente, dois estudos internacionais sobre a economia mundial. Um, sobre o crescimento desigual, publicado no blog ,"PUXA PALAVRA". Outro, sobre a distribuição da riqueza nos EUA, publicado no blog, "Esquerda Republicana". Embora a distribuição de riqueza, seja quase sempre dependente das políticas internas de cada país ou espaço económico, também é o resultado do PIB, isto é, da riqueza que cada sociedade consegue criar. Todavia, como não pode haver distribuição sem prévia criação de riqueza, ainda que possa haver mais justa redistribuição das dívidas acumuladas, vamos abordar o estudo sobre crescimento desigual.
Analisando o crescimento do PIB das economias avançadas, UE e EUA, a partir de 2007, ou seja antes da crise, e comparando com o PIB dos países emergentes e em particular os Asiáticos, a situação revelada é esclarecedora e chocante para o Ocidente. Enquanto a crise de 2008/2009, afectou profundamente a Europa e os Estados Unidos, provocando a queda do crescimento, os países emergentes apenas sofreram ligeiros desvios a um acentuado crescimento e os Asiáticos continuaram a crescer vertiginosamente.
Contudo, a situação mais grave, é revelada ao comparar-mos os dados de 2011. Na análise gráfica, partindo todas economias de uma base 100, a Europa desceu para 99,4, os Estados unidos "cresceu" para 100,6, as economias emergentes para 124,5 e as Asiáticas em desenvolvimento para 136,8. A conclusão é por demais evidente: No Ocidente, em quatro anos,não houve crescimento económico, nos emergentes um crescimento de 6%ao ano e na Ásia quase 10% de crescimento anual de riqueza!!!
Perante estes factos, será legítimo continuar apenas a lutar contra os governos, de esquerda ou de direita, sem colocar em questão a deslocalização das indústrias da Europa para o oriente, sem reequacionar o modelo social do período "neocolonial" Europeu, quando produzíamos e exportava-mos para todo o mundo? As crises das dívidas soberanas e privadas externas de Portugal, Grécia, Irlanda, Itália e os outros países que estão na calha, são o resultado de termos perdido competitividade em relação às economias emergentes, reflecte a consequência de continuar-mos a gastar mais do que produzimos, enganados com o crédito barato que agora temos que pagar!
Simultaniamente e, também, reflexo da política neoliberal e do domínio de mundo pelo capital financeiro, temos milhões de desempregados na Europa, os salários e vencimentos do mundo do trabalho continuam a desvalorizar, as regalias sociais, conquistadas e instituídas de acordo com o Estado Social, umas estão a ser cortadas e outras diminuídas, ao mesmo tempo que as rendimentos dos altos quadros são enormes, escandalosos, e os detentores do capital ganham e roubam o que querem provocando uma desigualdade que já não existia à décadas!
Para concluir, cumpre agora relacionar o estudo sobre a distribuição da riqueza nos EUA. O gráfico apresentado, demonstra que já foi atingido uma desigualdade com valores idênticos aos anos trinta, do Século XX, e também que políticas contribuíram para a actual situação. Com pequenas oscilações, os rendimentos dos mais ricos e dos mais pobres, mantiveram-se com a mesma diferença, desde o início dos anos quarenta até á década de oitenta do Século XX. A partir de 1982, sobe a liderança de Regan e a política neoliberal, a desigualdade recomeçou novamente a crescer até chegar à actualidade idêntica à dos anos trinta, apesar de ter havido uma ligeira diminuição no mandato de Clinton.