sábado, 28 de março de 2015

A ELITE PORTUGUESA ANDA EM ÓRBITA À PROCURA DE UM PAÍS QUE ALIMENTE A SUA VAIDADE, INCOMPETÊNCIA E PRIVILÉGIOS DO TEMPO DO IMPÉRIO COLONIAL, PARA VIRAR COSTAS À UNIÃO EUROPEIA!




A ELITE PORTUGUESA ANDA EM ÓRBITA À PROCURA DE UM PAÍS QUE ALIMENTE A SUA VAIDADE, INCOMPETÊNCIA E PRIVILÉGIOS DO TEMPO DO IMPÉRIO COLONIAL, PARA VIRAR COSTAS À UNIÃO EUROPEIA! Enquanto a CEE inundava Portugal com fundos para a indústria, agricultura, pesca, formação profissional, desenvolvimento regional e outros sectores, quase toda a elite defendia a integração na comunidade europeia, até porque permitiu transformar a paisagem do país, apesar dos roubos e desvios dos fundos e do esbanjamento em obras megalómanas por parte do poder central e todo o tipo de equipamentos para satisfazer o capricho dos autarcas e corromper os partidos e o eleitorado, para se manterem indefinidamente no poder.

Passado que foi o período de ouro dos fundos, ainda que continuassem a chegar às dezenas de milhares de milhões de euros, o Estado, Empresas Públicas, Institutos e Autarquias, para manterem e alargarem o "monstro" entretanto criado, começaram a recorrer ao crédito internacional de forma irresponsável. Paralelamente, os Bancos e outras empresas privadas, para manterem o ritmo de construção de habitação, autoestradas, Hospitais uns ao lado de outros, piscinas e gimnodesportivos como cogumelos, etc, etc, onde tinham margens de lucro obscenas, também recorrem ao crédito internacional em quantidade excessivas, que os deixa nas mãos de credores. Apesar destes factos, a generalidade da elite, continuou a defender a manutenção do país na União Europeia.

Entretanto rebenta a crise de 2008, nos Estados Unidos. Passado pouco tempo generaliza-se à Europa e ao Mundo Ocidental em geral, pondo a nu a debilidade da maioria dos países, das economias, dos bancos e das famílias, que andavam a viver a crédito. Simultâneamente,  assistia-se ao crescimento industrial e comercial do Oriente e, particularmente dos BRICS. o que contribuiu para alterar, profundamente, as relações de poder no Mundo.

 Perante a crise económica e financeira (cuja dimensão era ocultada) o Governo de Sócrates, inicialmente, e de acordo com as orientações europeias, ainda lançou mais projectos para evitar o progressivo aumento do desemprego e a asfixia das empresas, particularmente da construção civil e do pequeno comércio, o que contribuiu para aumentar o endividamento. De PEC em PEC e à medida que a situação se agrava e ninguém emprestava dinheiro ao país,chegamos ao célebre PEC IV. Como foi recusado no Parlamento por toda a oposição, restou ao Governo demissionário negociar com os credores, os quais, constituíram a TROIKA , provocando a mudança política nas elites portuguesas, ainda que uma parte tenha apoiado o Memorando.

Quem tiver tido tempo e disposição para acompanhar a imprensa, os blogs, as redes sociais, as intervenções em seminários e conferências nas universidades, ou promovidas pelas associações patronais e sindicais, as posições assumidas pelos partidos da oposição e, até, por muitos ex dirigentes do PSD, é fácil constatar a existência de uma linha política convergente, contra as reformas exigidas pela TROIKA. Só o Governo não está contra, porque foi e é obrigado a fazer as reformas, ainda que resistindo, pois só cumpriu 36% do Memorando.

As elites estão contra as imposições da União Europeia, do FMI, contra os países do Norte da Europa, particularmente a Chanceler Ângela  Merkel, porque nos exigem austeridade, não respeitam a Constituição nem as leis nacionais, porque não aceitam renegociar a dívida e, principalmente,  porque nos comunicados e nas conferências de imprensa são arrogantes para com os dirigentes portugueses, isto é, desvalorizam as elites do país e, estas, viraram as costas à Europa!

Quais as principais razões, para a viragem política das elites portuguesas? São várias, mas pode-se resumir em três: primeira, não querem pagar a dívida, porque implica austeridade e diminuição das suas benesses; segunda, porque tem consciência que no futuro não poderão, ou pelo menos terão maior dificuldade, de governar de forma irresponsável pois, o BCE, não o permitirá ao obrigar os governos ao cumprimento do DEO - Documento de Estratégia Orçamental; terceira, não querem aceitar que o Direito da União Europeia prevaleça sobre a CRP e as leis do país (ainda que cerca de 70% dessas leis já serem oriundas da UE) a fim de poderem continuar a fazer leis à medida dos interesses instalados, manterem o seu estatuto de "intocáveis" e, objectivamente, inimputáveis dos esbanjamentos, roubos e desvios dos dinheiros públicos e, até, de crimes contra o Estado, como tem sido demonstrado nos últimos tempos em audiências públicas. 

Em síntese, as elites portuguesas, incapazes de governar sem nos levar continuamente à banca rota, mas não deixando que outros nos governem,  não querem aceitar o controle da União Europeia e, rapidamente, entraram em órbita à procura de um país que alimente a sua vaidade, incompetência e privilégios, do tempo do Império Colonial, para o qual tem recebido o apoio das chamadas classes médias!

CONTINUAÇÃO EM PRÓXIMO ARTIGO: CLASSES MÉDIAS.