domingo, 29 de dezembro de 2013

DO FATO MACACO "REVOLUCIONÁRIO" DA BURGUESIA RADICAL, AO NEOCORPORATIVISMO DAS "CLASSES MÉDIAS" DE AVENTAL



2ª Parte do artigo:
 "Será a democracia actual, compatível com o poder das classes médias?"



Do fato de macaco "revolucionário" da burguesia radical, ao neocorporativismo das "classes médias" de avental, foi o percurso de muitos homens e mulheres, que conheci, durante a minha actividade política. Há que reconhecer, que muitos deles tiveram e outros continuam a ter, muito êxito. Não só assumiram altas responsabilidades nos governos e nos Órgãos de Estado, como lideraram governos, presidência da república, Comunidade Europeia, entre outros organismos internacionais.
 A longa lista de livros publicados de"auto biografias", entrevistas, artigos nos jornais,revistas e nos blogs,  permite compreender que a generalidade dos "revolucionários" não mudou de política e ideologia para procurar atingir os objectivos que diziam defender, o que seria natural, (como eu fiz )mas antes por interesses individuais, próprios à sua classe social e contrários ao mundo do trabalho.

Estes "revolucionários",  apos terem sido derrotada juntamente com o PCP, no 25 de Novembro de 1975, depois de terem sido "abandonados" pela classe operária e os trabalhadores, regressaram às universidades para concluir as suas licenciaturas e outros já como professores. Porém, com as nacionalizações e partidarização das empresas públicas, face à falta de quadros, ocuparam tudo o que era lugares de gestão, direcção e chefias bem remuneradas, contribuindo para criar uma espécie de pirâmide invertida, para haver lugar para todos os amigos e dos amigos dos partidos, que eles ainda não influenciavam.

Querendo voltar a ganhar protagonismo político no seio dos trabalhadores e porque estavam marginalizados no movimento sindical unitário, (de que sempre discordei), começaram a formar sindicatos de quadros e impulsionaram a criação de comissões de trabalhadores, para tentar contrariar o hegemonismo do PCP. Posteriormente, de uma forma gradual, foram esquecendo a "revolução" e os minúsculos grupos partidários a que tinham pertencido , e começaram a entrar discretamente (com excepção do MES que negociou a entrada) nos partidos democráticos, particularmente no PS, onde se impuseram rapidamente, face à nula formação política e ideológica dos simpatizantes 
deste partido.

Posteriormente, a participação no poder através dos governos, na função pública, nas empresas públicas e nos sindicatos de quadros, rapidamente demonstraram que os interesses do mundo do trabalho, que antes diziam defender, não fazia parte das suas preocupações. Os seus interesses eram e são as benesses e os altos vencimentos que vão acumulando, à custa do aumento das desigualdades,  dos prejuízos das empresas públicas e dos défices do Estado sem, contudo, terem ainda a ousadia de revelar os seus "objectivos revolucionários" , na juventude.

Contudo, com a chegado dos fundos comunitários  aos biliões e a possibilidade de participar na sua "gestão", seguida da queda do "Muro de Berlim" , muitos "revolucionários" perderam os complexos e  começara a escrever sobre o seu passado, para o renegar. Paralelamente, o PCP já transformado pelo poder que detinha, já sem base operária e circunscrito ao sector público e autárquico e sem o apoio da URSS, foi-se integrando no sistema, sem o assumir e em colaboração com o que actualmente" se designa de "classes médias", acentuam a captura do Estado. Como consequência desses interesses comuns, tem lutado para impedir qualquer tipo de reformas do estado nos "interesses instalados" acabando por contribuir, decisivamente,  para entrar-mos em pré banca rota e para a situação de impasse político, em que nos encontramos actualmente.

Aqui chegados, porquê as chamadas classes médias estão desesperadas e tudo fazem para bloquear qualquer reforma? Porque, apesar de influenciarem, de forma oculta, todos os partidos e das forças neoliberais serem minoritárias no PSD e CDS e residuais no PS, já tomaram consciência, ainda que não a queiram assumir, que qualquer futuro governo, terá que cumprir as medidas emanadas da Toika ou de Bruxelas. Porque sabem, mas não querem aceitar, que a austeridade é para continuar e que as reformas terão que ser feitas, particularmente, contra as corporações que capturaram o Estado.

Para cúmulo do seu "azar" e da sua fragilidade política, a esmagadora maioria dos portugueses já não acreditam nas chamadas classes médias, nos seus partidos, e em todas as propostas demagógicas que tem feito para impedir as reformas e manter as desigualdades, revoltantes, que eles criaram. Sentem dificuldade em manter os seus vários lugares, porque o número de Licenciados, Mestrados e Doutoramentos aumentou quase exponencialmente, gerando concorrência atravez de menores vencimentos e, em especial, pela pressão dezenas de milhar de Licenciados desempregados, que não querem, ou não se consideram aptos a emigrar, e não aceitam pacificamente a sua discriminação.



 3ª Parte do artigo:

SATURADA DA "DROGA" DAS ILUSÕES, AS ESQUERDAS RECORREM AO "ÓPIO" DOS MILAGRES!



Todavia, como já referi, as razões profundas do descontentamento das chamadas classes médias reside na sua ideologia, ou falta dela. Está suficientemente documentado que, na Europa e não só, os comunistas, socialistas, sociais democratas, ecologistas, radicais, et,c, quase desapareceram do espectro partidário, ou perderam a capacidade de formar governos. 
Há dois anos, prestavam atenção ao líder da esquerda radical, porque seria capaz de impedir as medidas da Troika, na Grécia. Depois, depositaram a esperança em François Hollande, para travar Angela Merkel. Finalmente, aguardaram pelo SPD Alemão, para mudar a política da União Europeia, particularmente, a política monetária e financeira. Naturalmente, tudo não passou de ilusões, de quem não quer aceitar a realidade, pagar as dívidas, nem discutir a possibilidade de encontrar convergências  políticas futuras, acabando todos por voltar-se para o Papa Francisco...à espera de milagres!

A Globalização, definida e aplicada pelo capital financeiro internacional, que lhes tem permitido lucros fabulosos, não imaginários há um quarto de século, também contribuiu para a emergência de outras potências económicas, particularmente os BRICS. Simultâneamente, deu início à decadência da  supremacia da América e da Europa, deslocando o "centro do mundo" do Atlântico para o Pacífico.
 Decorrente desta estratégia e do facto, historicamente comprovado, de que o capital não tem pátria e, actualmente, sem qualquer receio de investir em qualquer parte do mundo, deslocalizou a produção da União Europeia para a Ásia, provocando dezenas de milhões de desempregados e uma concorrência feroz entre países e regiões,  mas em especial, no mundo do trabalho qualificado e nos trabalhadores  com formação superior, fora da ciência e da técnica.

Acresce aos factos já referidos, que a ideologia dominante, o neoliberalismo, quer privatizar não só as empresas como até o próprio Estado, "proletarizando" as classes médias, habituadas a mandar no Estado e a viver à custa dele, levando-o à falência em Portugal, Espanha, Grécia e Irlanda. Como esta gente se recusa a organizar politicamente, não soube GERIR o Estado, desvalorizou até onde pode o mundo do trabalho manual, não ousaram investir na criação de empresas susceptíveis de competir no mundo global, preferindo antes gastar o dinheiro (ganho e não só) em vivendas, carros, férias etc, agora não tem apoio nem confiança do mundo financeiro, nem da esmagadora maioria dos eleitores, como as eleições tem demonstrado.

As "esquerdas" europeias e em em Portugal, em particular,sem o apoio da classe operária e da generalidade dos trabalhadores manuais com baixos salários, não tem capacidade de ganhar eleições.  Apesar de, objectivamente, defenderem interesses convergentes, os partidos continuam fragmentados a lutar pelo mesmo eleitorado, parecendo esquecer que a maioria dos eleitores não acredita neles. Sem uma plataforma política convergente em prole da diminuição das desigualdades sociais, entre as chamadas classes médias e o mundo do trabalho, que passa pelo fim do neocorporativismo, dificilmente as esquerdas poderão ganhar eleições e ter capacidade de constituírem governo
Por outro lado, porque não há "ilhas do socialismo" mas apenas, e só, um sistema capitalista, a eventual plataforma teria que demonstrar nas suas propostas e objectivos, que seria mais favorável ao mundo do trabalho,  do que tem sido os programas e a prática dos liberais pois, pior que um capitalista...só um mau capitalista.

 Eu tinha e tenho algumas dúvidas, se a "terceira via" de Tony  Blair, consistia uma alternativa de gerir o capital,mais favorável para os trabalhadores. Contudo, as reformas de Gerhard Scheroder, apesar de terem sido duríssimas para os operários e trabalhadores Alemães, demonstraram que no mundo globalizado é o único caminho a seguir, para se manter e criar empresas e  postos de trabalho, aumentar a produtividade das empresas e a eventual recuperação de salários, através do contínuo aumento das exportações e, ou, diminuição das importações.

Estarão os partidos da esquerda, as chamadas classes médias  e os trabalhadores, disponíveis para fazer esta abordagem política e ideológica, ou vão manter a discussão de "avental"restrita às suas lojas?  Quererão apenas continuar a falar em unidade de esquerda , enquanto uns partidos se vão desmoronando, outros reduzindo drasticamente, enquanto vão aparecendo mini partidos e movimentos, perante a indiferença do mundo do trabalho? Gostaria que assim acontecesse, mas tenho poucas dúvidas que o actual sistema partidário, só poderá mudar quando, através da austeridade, "tirarem mais umas penas" a uma grande quantidade de "pavões", que passeiam a sua vaidade e arrogância, em nome das esquerdas, pondo em causa a DEMOCRACIA E O ESTADO SOCIAL!




quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

SERÁ A DEMOCRACIA ACTUAL COMPATÍVEL COM O PODER DAS CLASSES MÉDIAS?




Será a democracia actual compatível com o poder das chamadas classes médias, sem nos levar à  pré banca rota? Em 25 de Junho de 2013, escrevi o artigo, "PERMITIRÁ A NOMENKLATURA, A REFORMA DO ACTUAL SISTEMA POLÍTICO? DUVIDO!" Durante os últimos três anos, todos assistimos através das televisões, jornais, revistas e redes sociais, à veneração e exaltação do papel "incontornável e indispensável" das chamadas classes médias, para a manutenção da democracia, ainda que ninguém queira explicar o que são verdadeiramente essas classes, onde estão e quem as representa.

O último chumbo do Tribunal Constitucional, sobre a convergência das pensões e reformas tem um significado político relevante: os poderes instalados no aparelho de Estado, não aceitam reformas. Toda a oposição saudou a decisão, inclusive o PS (que assinou o Memorando), o qual, se estivesse no Governo teria que tomar medidas idênticas e, como no passado, seria o PSD e o CDS a saudar o chumbo. Todavia, não são apenas algumas das decisões que o TC já tomou, que dificultam as reformas. O Governo tudo tem feito para protelar a extinção de Fundações e Institutos, a reforma e diminuição de organismos públicos, a diminuição das rendas usurárias da banca, da energia, das PPPs e, particularmente, a recuperação dos dinheiros públicos roubados no escândalo do BPN.

Há, certamente, muita tese sobre as razões do impasse político, económico e social e consequentemente constitucional, mas soluções para a crise, continuamos no reino das ilusões. No entanto, a dar crédito aos partidos da oposição, a muitas vozes sonantes no PSD e ao significado das continuas contradições no CDS, o problema não está no sistema, mas no Governo Coelho/Portas. Para estas forças e a generalidade dos comentadores, além da responsabilidade do Governo, culpa principal da situação em que vivemos é da Troika e, principalmente, de Merkel e dos Alemães. Assim sendo, a primeira tese, é a defesa de um governo de salvação nacional, contra a austeridade e pelo crescimento económico, base para reconquistar a independência financeira. Outra tese, muito apadrinhada, é a necessidade de unir a esquerda para formar um governo anti liberal, contra a austeridade. Outra, com cada vez mais seguidores, é sair do Euro e procurar uma convergência política e económica triangular -Portugal, Brasil e Angola.

Subjacente a todas estas teses e outras, difundidas nos média, está sempre a defesa do papel "preponderante e insubstituível" das chamadas classes médias, apesar dos seus principais porta vozes, Pacheco Pereira, Adão e Silva, Daniel de Oliveira, Francisco Louça e Manuela Ferreira Leite, entre outros, face à indiferença do povo aos seus apelos, agora já afirmarem que é o Tribunal Constitucional e a Constituição da República, o último reduto para a defesa do Estado Social, e não o seu poder e força organizativa. O facto de nas últimas eleições autárquicas, apenas terem votado 37% dos eleitores nos actuais partidos, para não descontar os que votaram nos independentes e, particularmente, a saída de mais de 200000 portugueses como emigrantes, não faz reflectir as chamadas classes médias para  mudar de atitude e aceitar fazer as reformas  do sistema, porque o capturaram e porque todos os partidos estão alicerçados e apoiados nessa base social.

Todos nós podemos constatar, que os partidos da oposição e os "contestatários" internos dos partidos que governam, condenam as medidas de austeridade,  porque atingem as classes médias, em particular, o pequeno comércio e serviços, e a "geração mais bem formada de sempre", ainda que alguns procurem passar a ideia que as medidas são iguais para todos os trabalhadores e reformados, com o objectivo de encontrar apoio no mundo do trabalho. Porem, são cada vez mais as vozes a afirmar, que o Estado foi capturado pelo mundo financeiro e as grandes empresas mas, também, aqueles que afirmam, (como Correia de Campos, no Público, do dia 16/12), que a esquerda se deixou capturar pelas corporações dos "médicos, advogados, engenheiros, economistas, professores, farmacêuticos ou funcionários públicos", ou seja, as chamadas classes médias.

Aconteceu que o mundo mudou, profundamente, no último quarto de século. A queda do Muro de Berlim representou, simbolicamente, a derrota do socialismo e a consequente vitória do capitalismo à escala planetária. Como corolário dessa vitória, a Globalização consolidou-se sob a orientação do capital financeiro, com base na ideologia neoliberal. Paralelamente, se os comunistas ficaram sem "farol", os socialistas, sociais democratas e as organizações radicais de esquerda, ficaram sem programa susceptível de continuar a ser os intermediários, entre o capital e o trabalho, porque o socialismo e o comunismo acabou, como ameaça para o capital.

A História tem destes paradoxos. O capital, que tanto apoiou a pequena e média burguesia e seus partidos, para sabotar revoluções e impedir a instauração do socialismo em vários países , agora já não as quer, nem sustenta, a não ser aqueles que aceitem e defendam o liberalismo e a destruição do Estado Social, tal como o conhecemos. As chamadas classes médias  estão desesperadas. ao ver que o seu papel de tampão já não é indispensável. Protestam, ao constatar que empresas públicas e sectores públicos, onde auferiam os seus altos vencimentos, estão a acabar e que, no aparelho do Estado, já não há lugares para todos. Finalmente, revoltam-se perante a concorrência do mercado do trabalho, que aumentou a proletarização que eles tanto desprezam e odeiam,  mas sentem ser a sua única alternativa.

Agora, muitos andam a escrever nas redes sociais, uma citação que, em termos sintéticos, reflecte o seu pânico: "o que temia-mos que os comunistas nos tirassem, tiram agora os liberais!" Quanto ás razões da (in)compatibilidade com a democracia, que são sobretudo ideológicas,  procurarei responder na segunda parte deste artigo.


terça-feira, 5 de novembro de 2013

NO DESERTO DE IDEIAS E CONVICÇÕES, NO PS DE VILA FRANCA DE XIRA, SÓ A LUTA DO PODER PELO PODER É RELEVANTE!




No deserto de ideias e convicções políticas, no PS de Vila Franca de Xira, só a luta do poder pelo poder é relevante. Escrevi, após o resultado das eleições autárquicas no concelho,  que se tivesse qualquer responsabilidade política no PS, apresentaria de imediato a minha demissão. Tanto quanto sei, não houve demissões nem a nível partidário, nem dos dirigentes das freguesias ou do município, o que demonstra como estão agarrados à teta do poder!

Não tendo tido a dignidade de se demitirem, seria natural que o fizessem quando discutissem os resultados eleitorais, após uma derrota política esmagadora do partido no concelho e, em particular, da ex presidente do município pois, subalternizou e marginalizou em toda a campanha os candidatos nas freguesias e, em especial, o candidato a Presidente da Câmara, Alberto Mesquita.

Entretanto, segundo algumas notícias que tive conhecimento, a principal responsável pela derrota eleitoral e pelo aniquilamento do partido, ao longo dos anos, terá decidido apresentar a sua candidatura, a presidente da Comissão Política Concelhia do Partido Socialista! Que outro significado político poderá ter, que não seja a continuação do poder pelo poder e a defesa dos seus interesses, dos seus amigos e dos interesses económicos e sociais prevalecentes no concelho?

Ainda antes da escolha dos eventuais candidatos a presidente da câmara, numa das reuniões da Comissão Política Concelhia, onde participava como suplente, tive a oportunidade de afirmar, que a única possibilidade de afirmação do futuro candidato e da reabilitação partidária e dinamização política no concelho, passaria pela "saída de cena" e o abandono do controle do partido, pela Presidente da Câmara. Como era hábito, nem conseguiram contrariar as minhas propostas, nem avançaram com outras, ou dito de outra forma, continuou a desorganização no partido e a política dependente da vaidade, prepotência, incoerência e expontaneísmo da "Madrinha".

Segundo uma mensagem que recebi, está marcado para hoje, um plenário de militantes para discutir as autárquicas de 2013 e as eleições para as freguesias e o concelho. Não estarei presente, pois perdi toda a confiança no "núcleo dirigente" e na generalidade dos "socialistas" do concelho porque, directa ou indirectamente, dependem dos órgãos municipais e de alguns interesses instalados. Perante a derrota do partido, (apesar da vitória formal) e a perda objectiva do poder no concelho, haverá alguns militantes, capazes de fazer aprovar uma moção, para impedir a eleição da "madrinha" para qualquer cargo político e partidário, no concelho? Duvido! Se estivesse presente era o que faria!

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

PORQUE SE ESPERA PARA SE ATRIBUIR O VALOR DAS REFORMAS E PENSÕES, NA BASE DA CARREIRA CONTRIBUTIVA TOTAL DE CADA BENEFICIÁRIO?




Porque se espera para se atribuir o valor das reformas e pensões, na base da carreira contributiva, total, de cada beneficiário? Para além de ser a única solução justa, (reflectindo a contribuição de cada pessoa) seria, certamente, uma forma de tornar mais sustentável a segurança social (CNP e CGA) e, ainda, permitir a todos os que trabalham actualmente e no futuro, manterem a justa expectativa de, também eles, terem reformas de acordo com as suas carreiras contributivas.

 Perante o movimento, avassalador, de críticas e condenação dos cortes nas "reformas douradas" , permitido ou fomentado pelas televisões e protagonizado pelo PS, PCP, BE, (se o PS estivesse no governo, seria o PSD e o CDS) e, principalmente, pela APRE, Mário Soares, Vieira da Silva (como hoje na AR), Francisco Louça,  Bagão Félix e Manuela Ferreira Leite, porque não se torna público as carreiras contributivas de todos? Seria relevante ficarmos a saber, qual a quantidade de pessoas, que nos vários organismos do estado e das autarquias locais, que se aposentou com dez, vinte ou trinta anos e que, na generalidade dos casos, se fossem aposentados de acordo com a sua carreira contributiva, não teriam metade da pensão que recebem actualmente.

 Também ficaríamos convictos, que o facto de muitas reformas dos trabalhadores do sector privado serem baixas, (em média um terço das pensões dos que trabalharam para estado), se deve ao facto de, durante vários anos, particularmente na construção civil,  muitos trabalhadores e patrões, terem feitos descontos para a segurança social, apenas na base de salários mínimos. Em contrapartida, outros homens e mulheres  também do sector privado, conhecedores das deficiência ou lacuna das leis, só começaram a fazer descontos, na base do seu verdadeiro salário, cinco ou dez anos antes de se reformarem, conforme a lei estabeleceu, como base de reforma, os melhores cinco ou dez salários, dos últimos dez ou quinze anos de trabalho, respectivamente. Estes trabalhadores, acabaram por ter  reformas mais elevadas, que não são correspondentes com as  suas carreiras contributivas! 

Todas as pessoas, minimamente informadas, sabem que os altos quadros do estado, gestores públicos, políticos, legisladores (ainda que através das grandes empresas de advogados), professores, juízes, médicos, entre outros, tudo fizerem para se auto-promover ou promoverem-se uns aos outros, (particularmente antes de se aposentarem) através de leis e regulamentos que os "blindaram", contra qualquer mudança política. Perante a exigência dos credores, através da Troika, para que haja cortes nos vencimentos e reformas, tem tido o Tribunal Constitucional, a impedir as medidas previstas nos OGE.

Estas pessoas, os interesses instalados, não satisfeitas de viverem à tripa forra,  (com os fundos da UE e dos empréstimos que foram contraídos), nos últimos quinze ou vinte anos, que nos levou novamente à banca rota, ainda querem continuar a viver à grande com as suas reformas douradas, à custa de quem recebe baixos vencimentos ou salários. Esta Elite, tem demonstrado um desprezo absoluto pela esmagadora maioria dos reformados, que com baixas reformas quase vegeta; revelam-se indiferentes com os futuros reformados, que não sabem que reformas terão; e, esquecem, que há mais de meio milhão de desempregados que já não recebem subsídio, para o qual tinham descontado, alguns dos quais, com mais anos de contribuições do que muitos  reformados. Senhores instalados, acabem com a demagogia, com a hipocrisia, tenham o mínimo de dignidade e respeito pelas outras pessoas! 


Adenda: Para os que leiam este artigo e, eventualmente, não tenham lido outros artigos que escrevi no meu blog, ou as notas no facebook, espero que não pensem, que os cortes de vencimentos ou de pensões, é o meu único ou principal objectivo de critica e de denuncia. Desde o início que apoio o Memorando da Troika, através de artigos e intervenções públicas, porque nesse Documento está bem identificado os principais culpados, pela situação a que nos fizeram chegar, nomeadamente: Bancos, Empresas de energia, BPN, PPPs, Fundações, Institutos,  corporativismo das profissões liberais, entre outros objectivos, sem esquecer o maior escândalo dos seguros de crédito dos investimentos que, juntamente com as PPPs, suga as finanças do país e empobrece os portugueses! É contra estes interesses obscenos e a sua denuncia, que tenho dedicado o meu principal esforço!

sábado, 12 de outubro de 2013

O EVENTUAL CORTE OU SUSPENSÃO DAS SUBVENÇÕES DOS POLÍTICOS, DAS PENSÕES DE SOBREVIVÊNCIA E A ENTRADA DE INDEPENDENTES NO PARLAMENTO, SÓ É CRITICADO PELOS INSTALADOS NO SISTEMA!




O eventual corte ou suspensão das subvenções vitalícias dos políticos, das pensões de sobrevivência e a entrada de independentes no parlamento, só são criticados pelos instalados no sistema. Dos partidos aos sindicatos, da apre e outras associações de reformados, até "personalidades" de relevo, todos se unem para a defesa e manutenção do actual sistema partidário e da manutenção do actual sistema de pensões da caixa geral de aposentações.

 As intervenções, nos últimos dias, de Francisco Louça do BE, de Vieira da Silva   do PS, de Manuela Ferreira Leite do PSD, de Bagão Félix do CDS e do Presidente da república, são elucidativas, todos condenam qualquer alteração. Sobre o PCP...não é necessário referir qualquer dirigente, todos dizem o mesmo. Quanto ao governo, só faz os cortes ou reformas porque é obrigado pela Troika, apesar de tudo fazer para evitar tocar nos interesses instalados.

Porque será, que os partidos não se entendem sobre a situação política, económica e social em que o país se encontra, mas concordam e estão unidos na defesa  do actual sistema partidário, na manutenção das subvenções vitalícias e das pensões douradas, na intocabilidade das pensões de sobrevivência da Caixa Nacional de Aposentações, quando a média dos reformados e beneficiá rios da Caixa Nacional de pensões recebe, em média, apenas um terço do que recebem os pensionistas e beneficiários do Estado? Porque todos fazem parte do "quartel general" dos interesses instalados - Maçonarias, Opus Dei, organizações secretas, discretas e afins que tudo controlam e influenciam, através dos comentadores de serviço, nas várias televisões!

Como que a provar o que acabo de afirmar, sobre os comentadores, no programa "eixo do mal", não só se prenunciaram contra o corte nas reformas e pensões de sobrevivência, como deturpam as percentagens dos eventuais pensionistas atingidos, lançando sempre a ameaça de todos serem atingidos, para procurar ter o apoio de quem tem reformas ou pensões de sobrevivência muita baixas.

Quanto à necessidade de retirar o monopólio da representação política aos actuais partidos, os debates desta semana no parlamento, não deixaram dúvidas: O BE, agora aceita os independentes, talvez para se integrarem, antes que desapareçam. Os outros partidos aceitam "independentes" dentro dos partidos, ou seja, candidatos apartidários, dependentes dos partidos!!!

 A crítica e o desprezo pelos actuais partidos, que significaram os resultados eleitorais, não foi, e certamente não será, suficiente para os obrigar a mudar. Só com organização e determinação das pessoas, se poderá alterar a relação de forças, se conseguirá vencer os interesses instalados neste regime político moribundo!

sábado, 5 de outubro de 2013

NAS ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS A MAIORIA DOS ELEITORES DEMONSTROU O QUE NÃO QUER: OS ACTUAIS PARTIDOS POLÍTICOS! FALTA ENCONTRAR AS ALTERNATIVAS.




Nas eleições autárquicas, a maioria dos eleitores demonstrou o que não quer: os actuais partidos políticos! Não quer o PSD e o CDS, aos quais retiraram mais de 600000 votos, provocando-lhe uma derrota esmagadora. Não tem confiança no PS, porque apesar de ter tido mais votos e maior número de câmaras, não só, não recuperou qualquer voto dos que o PSD perdeu, como ainda teve menos 273089 votos que nas eleições de 2009, até António Costa perdeu 7000 votos. Não consideraram o PCP como alternativa, pois apesar da crise destes últimos anos, de tanta greve e manifestação e contínua crítica ao governo e ao  PS, apenas tiveram mais 13813 votos que nas eleições anteriores, não absorvendo  o eleitorado de esquerda, como os 45000 eleitores que o BE perdeu, quanto mais os do PS.

 Quanto ao BE, concluiu o que começou, ao votar contra o PEC IV, pela defesa da "classe média". Auto marginalizou-se definitivamente, recebeu o prémio merecido pela sua demagogia e por ser  vendedor de ilusões. Em síntese, os actuais partidos políticos, particularmente, os representados na Assembleia da república, (os outros se já eram marginais agora ficaram a vegetar),perderam toda a credibilidade para 55% dos eleitores nacionais e para cerca de 65% em muitos municípios urbanos, onde é suposto que as pessoas tem mais formação e informação.

Quem viu e ouviu as televisões na noite das eleições, os seus comentadores de serviço, as declarações dos líderes partidários, e até alguns dos candidatos eleitos, ficou com a ideia que houve dois vencedores, PS e PCP, apesar de Paulo Portas também ter reivindicado vitória, com a eleição de cinco presidentes. Os factos confirmam essas opiniões, ou não? Na minha opinião, não é verdade. Tratou-se de uma campanha em defesa do actual sistema partidário, feita por todos eles, ao omitirem continuamente os números de eleitores que tinham se abstido de votar e, aqueles que votando, entregaram o voto em branco ou anularam o voto, que demonstrava que a maioria dos eleitores portugueses, rejeitava os partidos e seus candidatos. Se tivermos ainda em conta, os votos expressos nas listas de independentes ou dissidentes, 6%, a derrota do actual sistema partidário, ainda é mais avassaladora!

Será que o PS pode cantar vitória, com a conquista do maior número de votos e de câmaras? Penso que não. Apesar da crise aguda que vivemos, que atinge particularmente sectores afectos e protegidos pelos socialistas, da crítica e da demagogia contra o actual governo, que Seguro fazia, em quase todas as declarações que apareciam nas televisões, não conseguiu conquistar qualquer eleitorado ao PSD e CDS e perdeu mais de 200000 votos, em relação a 2009, quando estava no governo e já em plena crise!

 Poderá haver razão para se afirmar, como o fez Seguro e outros dirigentes, que o partido teve uma vitória histórica, por ficar com a maioria das câmaras e com a direcção da ANMP, quando perdeu municípios e capitais de distrito importantes no Alentejo, municípios emblemáticos nos distritos de Lisboa (como Loures e Vila Franca de Xira) e Setúbal (Alcácer do Sal) e, consequentemente, ficou sem a liderança da Área Metropolitana de Lisboa? Penso que não. Só quem quer mandar areia para os olhos das pessoas, pode confundir uma vitória, formal, nas autarquias, com uma derrota política relevante, certamente pelo mau trabalho desenvolvido (e corrupção em alguns municípios) e, principalmente, por falta de credibilidade como alternativa política a nível nacional, pois foi essa discussão que foi feita nas televisões!

Aqui chegados, deveremos concluir que o PCP, teve uma vitória eleitoral com o aumento do número de votos, de câmaras e capitais de distrito? Objectivamente, sim! Todavia, se tivermos em consideração o número insignificante de votos que ganhou a nível nacional, 13813, (que nem sequer corresponde ao aumento do número de militantes do partido,que afirmam ter tido nos últimos anos), quando só o PS e o BE perderam mais de 250000 eleitores, a abstenção e os votos em branco e nulos que penalizaram os seus adversários,  a propaganda que fazem, a existência de um governo que retirou quase todos os direitos ao mundo do trabalho, (que eles dizem defender) e uma política nacional de grande austeridade, que eles condenam todos os dias, os resultados do PCP, não evidenciam qualquer vitória  esboço de alternativa de "esquerda" e, consequentemente, constituem uma grande derrota política!

Houve, contudo, mais derrotados. Desde logo, as televisões, ao não terem permitido o debate público entre todos os candidatos, dando apenas relevância aos partidos representados na AR, através dos discursos dos seus líderes, na vã tentativa de marginalizar totalmente os independentes, ou pelo menos alguns. Foram esmagados os dinossauros mais mediáticos, que julgavam tudo ganhar em todo o lado, apesar do rasto de dívidas e corrupção que alguns deixaram. Perdeu o loby autárquico toda a credibilidade, pelas manobras e golpes para se manterem no poder a qualquer preço, quer impondo as candidaturas de quem já não podia concorrer, quer  impedindo a reorganização e extinção de municípios.

 Diminuiu ainda, substancialmente, a credibilidade do regime democrático. A Assembleia da República, ao ter legislado com ambiguidade.Os tribunais, ao tomarem as decisões tardias e em contradição com o espírito das leis. O Governo,  por não ter imposto a extinção de municípios como estava previsto no Memorando e dar cobertura à CNE. Finalmente, perdeu a generalidade dos comentadores de serviço, que apenas valorizaram o papel dos partidos,  escamoteando a abstenção, os votos em branco e nulos na noite das eleições, (quando a generalidade dos portugueses estão minimamente atentos  e acreditam nos números apresentados), ainda que nos dias seguintes, já não conseguissem fugir ao problema.

Como referi no início, a maioria dos eleitores demonstrou que não queria estes partidos. São essas pessoas as vencedores do acto eleitoral? Certamente que não, pois não elegeram ninguém. Não se pode considerar vitorioso, quem apenas afirma o que não quer, e não apresenta uma alternativa. No entanto, os 55% dos eleitores que não votaram nos partidos, mais aqueles  que votaram nas listas de independentes, provocaram uma avassaladora derrota  aos partidos políticos. Representam um grande potencial para a democratização do regime e, eventualmente, poderão constituir uma base sólida, para o aparecimento de um ou vários partidos. Neste contexto, estes eleitores representa, objectivamente, uma vitória política contra o actual sistema político partidário.

Conclusão, o actual sistema partidário é uma fachada, está dependente e controlado pelas maçonarias e outras organizações secretas ou discretas, está corrompido, sem vida interna,  caduco. O sistema político, está moribundo, reflectido na incapacidade de gerar riqueza para vivermos sem dinheiro emprestado, por causa dos interesses instalados que tudo dominam, controlam e nada abdicam. Não nos deixemos iludir.Nos últimos dias, já ouvimos dirigentes políticos a falar na necessidade de mudança. Vimos comentadores políticos, a criticar a actual situação nos partidos e a clamar por reformas. 

Todas estas declarações, só tem por objectivo adormecer os eleitores, os portugueses que já tomaram consciência que a situação política, económica e social actual, não pode continuar. Saibamos aproveitar o repúdio, a hostilidade e, até, a consciência revelada nas eleições por tantos eleitores, para unir pessoas, grupos e organizações, na procura de objectivos políticos comuns, ou convergências económicas e sociais possíveis, para a criação de um ou vários partidos políticos, que queiram e consigam representar, este enorme número de pessoas descontentes!



domingo, 15 de setembro de 2013

O MEU VOTO DE PROTESTO: NÃO VOTAR NOS PARTIDOS REPRESENTADOS NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA!




O meu voto de protesto: Não votar nos partidos representados na Assembleia da República!
Pela primeira vez, após o 25 de Abril, não voto em qualquer partido. O facto de ainda estar inscrito no PS, não me impede de assumir um voto de consciência, de protesto contra a situação de protectorado em que o país se encontra, de revolta pelas condições existentes no mundo do trabalho, porque:

É meu dever protestar contra os dirigentes políticos, que desde a implantação da democracia, já permitiram ou contribuíram para o país cair em banca rota por três vezes. Condeno, particularmente, os responsáveis pela situação económica e social actual, quando estamos na União Europeia há um quarto de século, da qual recebemos centenas de milhares de milhões de euros para nos modernizar e desenvolver. Não quero continuar a viver num país onde os PRIVILEGIADOS tem tudo, como é documentado no livro de Gustavo Sampaio, "Os Privilegiados".

É ainda meu dever, protestar contra as pessoas e os partidos que impediram a aprovação do PEC IV, contra os que assinaram o Memorando e tudo tem feito para não o aplicar, contra os partidos que não o assinaram mas contribuíram para a situação em que vivemos e sabem que não há alternativa a ter que pagar aos credores, mas tudo fazem para gerar uma crise política, na esperança de ser protelado o pagamento da dívida e, assim, poderem continuar com os seus interesses instalados nos sindicatos, em muitas câmaras municipais e alguns organismos do estado, recusando toda e qualquer reforma.

O conhecimento que julgo ter da realidade portuguesa, obriga-me a protestar contra as desigualdades sociais, a criticar os actores políticos que pouco ou nada fizeram para as diminuir, e a condenar a Elite portuguesa, que tudo tem feito para manter e até agravar a diferença nas classes sociais, para poder manter o seu estatuto de viver na ociosidade e das rendas do Estado, que voltaram a capturar. É um factomque aceitaram a abertura de novas universidades e o alargamento do ensino a alguns novos sectores da população, mas logo baixaram as exigências e a qualidade do ensino e, simultâneamente, fizeram dele um negócio rentável onde os escândalos e  a corrupção foram predominantes. Esta Elite sem vergonha dá, diariamente nas televisões, um espectáculo degradante na defesa das suas reformas douradas, onde demonstra um desprezo profundo pelos que trabalham, os quais recebem menos duma décima parte do que eles ganham de pensão, apesar de não terem carreira contributiva correspondente.

Como activista político e cidadão consciente e informado, não posso deixar de protestar contra a quantidade de auto estradas e scutes, hospitais onde não faziam falta, obras megalómanas, parcialmente utilizadas, como os estádios de futebol, etc, etc. Quase tudo construído para satisfazer a vaidade, os interesses e até a corrupção de muitos dos políticos, dar lucros exorbitantes para as empresas de construção civil, de serviços e outras e, fundamentalmente, para reforçar o poder e o controle dos bancos sobre o país. Paralelamente, como não se desenvolveu o país, não se diminuiu as desigualdades e muitos dos interesses instalados viviam dos mais variados subsídios, à medida que começaram a ser cortados, as auto estradas ficaram vazias e a generalidade dos outros empreendimentos, abandonados ou subutilizados. O povo português não tem que continuar a suportar a corrupção existente, tal como é descrita no livro de Paulo de Morais, "Da corrupção à crise, que fazer?"

Como ex autarca, não executivo, não poderei deixar de voltar a condenar o oportunismo e o escândalo que constituiu a não aplicação da lei de limitação de mandatos, contra os dinossauros e a não extinção de parte dos municípios. Não poderei deixar de protestar contra o desperdício de dinheiros públicos pela generalidade das autarquias, que muito contribuiu para o endividamento do país. Não construíram apenas rotundas por todo o lado, piscinas e pavilhões gimnodesportivos próximos uns dos outros, em concelhos diferentes. Permitiram e fomentaram, a construção de um enorme parque habitacional em zonas agrícolas e até em reservas naturais e outras, enquanto abandonaram a restauração da habitação nos centros das cidades, das vilas e algumas aldeias. Como exemplo do desperdício e da corrupção, será suficiente lembrar, que conseguiram construir equipamentos sobre distribuição de água e tratamento de águas residuais, suficiente para uma população quatro vezes superior! Muitos equipamentos ou nunca funcionaram ou não foram concluídos por desnecessários e alguns estão fechados, porque o custo do seu funcionamento é incomportável.

O meu voto de protesto, é ainda contra a situação política económica e social reinante no município a que pertenço, controlado nos últimos dezasseis anos pelo PS. Aparentemente, a situação irá mudar com a não candidatura da actual presidente. Todavia, como o candidato a presidente, é o actual vice presidente, não lhe ser reconhecido qualquer estratégia política para o concelho e, principalmente, o facto da ainda presidente continuar como principal protagonista e tudo controlar na campanha, indicia que nada irá mudar. Ela continuará a controlar a actividade política e a gerir os negócios do concelho, como digna representante  dos interesses instalados, representados através de três acontecimentos elucidativos:

 Primeiro, mal iniciou o mandato, o Eduardo Rodrigues da Obriverca, afirmou em entrevista, que iria construir um bairro habitacional nos terrenos da Mague, que era zona industrial, conseguiu. Agora que a crise na construção é grande, a câmara vai construir a nova biblioteca (desnecessária), nos terrenos que eram do Eduardo Rodrigues e...acreditando em  algumas afirmações públicas, prepara-se para ficar com o Vila franca Centro. Segundo, em período algum se construiu e renovou tantas igrejas no concelho, como nos seus mandatos, enquanto no mesmo período, aniquilou a vida partidária do PS. Terceiro, durante todo o  seu mandato, prometeu fazer tudo para ser construído um novo hospital público, em Vila Franca. Finalmente, o "sonho"concretizou-se no seu mandato...entrou em funcionamento um NOVO HOSPITAL PRIVADO, através de mais uma  PPP!O país vai pagar, para manter rendas exorbitantes ao banco e os doentes irão pagando, como Bárbara Rosa e Rui Oliveira marques, autores do livro "má despesa pública nas autarquias", demonstram exemplarmente.

Finalmente, o meu voto de protesto é também contra a situação política existente na futura união de freguesias, onde resido. Primeiro, não posso apoiar um candidato, que andou a fazer propaganda contra a união de freguesias e agora quer ser seu presidente. Segundo, quem não demonstrou qualquer capacidade de liderança, como presidente da junta de Alhandra, não está preparado para liderar a União de Freguesias. Terceiro, tanto quanto julgo saber, a lista de candidatos foi constituída através de negociatas e até insultos pessoais, que não dignificam a política nem dá qualquer credibilidade aos autores.

Pelas razões expostas e muitas outras, que não menciono para não tornar ainda mais extenso o artigo, o meu voto de protesto é ANULAR O VOTO e não votar em branco, como inicialmente pensei, para nem sequer contribuir para aumentar o número de votos válidos e o respectivo subsídio, a atribuir aos partidos. Pensarão: mas esta opção constitui alternativa? Direi que não! Votaria numa lista de independentes? Seria e certamente será, uma alternativa para muitos eleitores, onde tiverem sido apresentadas essas listas. Todavia, o meu objectivo, não é apenas que numa ou noutra autarquia se acabe com o situacionismo e, ou, a corrupção. Relevante será, se o generalizado descontentamento com a situação política e social, com os políticos e com os autarcas, se traduzir num aumento, significativo, de votos em branco, votos nulos e  a abstenção se acentuar, em relação as eleições anteriores. Se assim acontecer, pode provocar um grande choque e revolta nos partidos, que os obrigue a mudar ou, não tendo esse efeito, possa contribuir para a formação de novos partidos e uma autentica democratização do regime que, segundo Paulo Morais e outros autores,  está a ficar moribundo!


terça-feira, 25 de junho de 2013

PERMITIRÁ A NOMENKLATURA, A REFORMA DO ACTUAL SISTEMA POLÍTICO ? DUVIDO!




A palavra, NOMENKLATURA, designava a classe dirigente dos sistemas socialistas soviéticos e afins. Após a queda do "Muro de Berlim", esta palavra desapareceu do léxico político. Em termos simplistas, o sistema social fascista, como então se designava, através da propaganda e da mentira, afirmava que tudo estava bem, o povo vivia no melhor dos mundos e a "sociedade socialista", era invencível pelo capitalismo. Simplesmente, quem tinha tudo, benesses e regalias e a propriedade do Estado ao seu serviço, era apenas a NOMENKLATURA, dirigida pelo KGB, que acabou quando o povo se revoltou!

Que tem a ver aquele sistema político, com a realidade portuguesa, perguntarão alguns leitores? Aparentemente, nada. Temos partidos políticos, sindicatos, organizações patronais, organizações cívicas, liberdade, democracia e um sistema político, formalmente, democrático e progressista. Todavia, a maioria das pessoas não se sentem representadas pelos partidos ou sindicatos, não acreditam nos governos, no Presidente da República e nos vários órgãos do estado e, ainda menos, nos dirigentes autárquicos, porque? Porque o verdadeiro poder está à margem do povo, a generalidade destas organizações são apenas "fachada". O poder que tudo decide e controla, está concentrado no "Quartel General dos interesses instalados"-Maçonarias, Opus Dei, Serviços e Organizações Secretas, Discretas e Afins!

Esta percepção, da realidade política do nosso país, é assumida por alguns analistas e estudiosos do sistema opaco de poder, através da publicação de livros e artigos em jornais e revistas, sobre as maçonarias e o Opus Dei. O desinteresse e hostilidade das pessoas é tão evidente, que cada vez mais políticos, sentem a necessidade de vir a público "defender" reformas, mas quase sempre afirmando, que a reforma é possível dentro do actual contexto político e constitucional. Atente-se no seguinte paradoxo: Para não recuar mais no tempo, afirmo sem margem para erro, que há um quarto de século se fala em reformas, reformas estruturais, por vezes até se nomeiam comissões, mas...nada de substancial se altera. 

Todos os partidos na oposição defendem reformas, raramente com especificação das medidas e, logo que chegam ao governo, mesmo que ensaiem alguma medida substancial, terão a oposição dos que saíram do anterior governo...para tentar captar o descontentamento das pessoas atingidas. Temos porém ainda mais um paradoxo, aqueles que não tem feito formalmente parte do governo, recusam toda e qualquer reforma, desde que não seja apresentadas por eles, estando sempre disponíveis para ajudar a derrubar qualquer governo, como aconteceu ao último de Sócrates

Por estas e outras razões, que o espaço não me permite abordar, desde o 25 de Abril, que o FMI e agora com o BCE e a CE, tiveram que vir três vezes em nosso apoio, para não cair-mos em banca rota, mas perdendo temporariamente a nossa independência, na tomada de decisões. Aqui chegados, temos a Troika ,que fez aprovar o Memorando, pelo PS, PSD e CDS e, para não variar, com a oposição do PCP e BE. Apoiei desde início e continuo a apoiar, o Memorando da Troika, pois este continha um conjunto de medidas contra os interesses instalados que, a ser aplicado, reformaria todo o aparelho de Estado e as autarquias, pela primeira vez desde o 25 de Abril.

A consciência que tinha da grave crise económica e financeira, que existia em 2011. O facto dos partidos do "arco da governação",  terem subscrito o Memorando. O Discurso de despedida de Sócrates e as posições políticas, iniciais, de António José Seguro, alimentaram-me a esperança, que as reformas previstas no Memorando seriam concretizadas. Mas... subavaliei o enorme poder e influência, do "Quartel General" dos interesses instalados, que constitui uma autêntica NOMENKLATURA. Logo que foram atingidos, minimamente, os seus interesses, começou a sabotagem das reformas, a crítica à Troika, a divisão nos partidos e a luta feroz das corporações, pela manutenção dos seus privilégios!

Estes últimos dias, estão repletos de acontecimentos tão graves, que tudo leva a querer que vai levar a novo impasse político, senão vejamos: O CDS, continua com a demagogia do costume, dando a entender, que poderá abandonar o governo. No PSD, já ninguém se entende, todos começaram no tiro ao Gaspar, muitos dos quais tinham apoiado, as suas medidas iniciais. O PS, tentando cavalgar no descontentamento das pessoas, pede eleições antecipadas e recusa todas as reformas do governo, ainda que sabendo que se fosse poder, como já quer, teria que aplicar as mesmas medidas. O Governo, voltou a não tornar público, o guião para as reformas do Estado. O Ministro Nuno Crato, acaba de ceder em toda a linha aos sindicatos dos professores reconhecendo, mais uma vez, que quem manda no seu Ministério é o Nogueira, através da Fenprof. Os sindicatos vão para nova greve geral . As organizações patronais, afirmam que a austeridade falhou, isto é, deixaram de apoiar o Ministro das Finanças Victor Gaspar, e o Governo. Quanto ao eventual papel do Presidente da República...perdeu toda a autoridade e credibilidade. 

Paralelamente aos factos atrás referido, Mário Soares, comportando-se como um Rei sem Trono, continua a escrever artigos e a dar entrevistas, quase diariamente, a pedir a demissão do Governo. Permite que a comunicação social tenha conhecimento, do seu encontro "privado" com José Sócrates, certamente para coordenar melhor as entrevistas que este dá ao fim de semana, onde demonstra, que já esqueceu o seu discurso de despedida, que foi o anterior Primeiro Ministro e que, se tivesse ganho as eleições, teria que ser ele a liderar a aplicação do Memorando.

Em síntese: Os interesses instalados, não aceitam reformas que os possam atingir. Os partidos do Governo, já não conseguem governar o país, mas não querem abandonar as benesses do poder. O PS, está disposto a tudo para ser governo, para entregar os "tachos" aos mesmos do costume, porque o sector público já  não dá para instalar todos os "jotas", nem os privados estão em condições de dar lugar a todos os quadros "desempregados. O PCP e o BE, tudo farão para impedir qualquer reforma no sistema, para manter os seus quadros no Parlamento, na função pública e nas autarquias e nos sindicatos. Todos conhecem a crise e a relativa decadência da Europa, mas não aceitam alterar o seu nível de vida de ricos, nem que seja à custa da generalização de pobreza, para a maioria dos portugueses.

As eleições autárquicas, estão já aí, sem qualquer reforma digna desse nome, porque o lobby autárquico, que domina os partidos em termos eleitorais internos, assim obrigou o PS e o PSD, este não resistindo sequer, à imposição de candidaturas completamente contrárias à lei. Hoje, Pedro Adão e Silva, através da apresentação do seu livro "E Agora?", deu pretexto para quase toda "a família" socialista se reunisse, em torno de uma alternativa ao actual Governo. Enquanto isto vem acontecendo, os indícios de corrupção alastram como manchas de óleo, ao mesmo tempo que já quase  ninguém acredita na justiça e nos tribunais.Ninguém parece querer assumir a responsabilidade de cumprir o Memorando, enquanto os juros voltaram a subir para níveis incomportáveis.

 Em conclusão, o descontentamento da juventude desempregada aumenta e, simultâneamente, a desconfiança nos partidos, sindicatos e em todo o sistema político. A NOMENKLATURA, parece ainda continuar a acreditar no sistema, que "o povo é sereno", e não parece disposta a mudar de vida. Neste contexto, futuras eleições para uma nova Assembleia da República e novo Governo, resolverão  os problemas financeiros, económicos, políticos e sociais em que o país está mergulhado? Perante o descalabro iminente, novo governo saído de eleições, assumirá reformar o sistema político e constitucional? Cada dia que passa, acredito menos nessa possibilidade! Como muitas vezes se tem escrito, somos "um povo que não se sabe governar, nem deixa que outros governem"! Talvez ...um movimento, ou levantamento de pessoas, como está a acontecer no Brasil...possa indicar o caminho das reformas!

sexta-feira, 24 de maio de 2013

O PAI, O FILHO E A FAMÍLIA NÃO SE ENTENDEM, OU QUEREM ENGANAR-NOS?




A política portuguesa é uma farsa. Os políticos parecem ser comediantes. O espectáculo é degradante e  a assistência só aparece quando é paga. Perante esta realidade, os políticos desempregados da maioria e os da oposição, inesperadamente invadiram as televisões com toda a forma de debates. Para discutirem perante os portugueses a razão da crise? Denunciar quem roubou e ganhou com os escândalos financeiros? Para explicar, porque depois do 25 de Abril, já caímos três vezes em banca rota? Para oferecerem uma alternativa política? Vejamos, em primeiro lugar, o que se passa no PS.

Nos últimos dias, assistimos às mais variadas afirmações de Mário Soares, para tentar juntar as esquerdas, procurar uma alternativa e derrotar o governo de Passos Coelho, que tanto tinha elogiado no início. Ao mesmo tempo, João Soares, no Parlamento e nas televisões, lança um apelo de charme ao CDS, para abandonar o governo, provocar novas eleições e formar maioria com o PS. Francisco Assis, defende alianças à direita. Os jovens deputados do PS, até há pouco tempo capitaneados por António Costa, lutam por unir as esquerdas. Entretanto, Manuel Alegre afirma, que a esquerda portuguesa, não serve para nada. E o Secretário Geral do PS, que era pressuposto dirigir o partido, o que é que defende? A união com os portugueses!!! O Pai defende uma coisa, o Filho outra e, o resto da família, vai dizendo o que lhe apetece!

Quanto ao PSD, passamos do tempo em que todos os Barões estavam contra Sócrates, para a situação actual, em que ninguém defende o governo, todos recusam eleições para que  o pote de mel continue a ser administrado pelo partido e o possam repartir. Ao mesmo tempo, muitos distanciam-se das políticas governamentais, com o único objectivo de poderem ser uma alternativa interna. Diferente de todos e com um radicalismo crítico, só comparável ao último período do governo de Sócrates, temos o Pacheco Pereira que, ao que parece, esqueceu  já o período da "esquerda liberal", criticando hoje o liberalismo do governo, para defender o neo-corporativismo, objectivamente, os interesses instalados no Estado.

No reino do "Príncipe" tudo é possível acontecer. Participam no governo, criticam a austeridade em nome da sua "raiz cristã"  e justificam as medidas para se manterem no poder. Afirmam incompatibilidades com algumas medidas do Gaspar, para aumentar o preço, que os socialistas terão de pagar para os terem a seu lado. Um dos aspectos mais interessantes da degradação da política portuguesa, é o facto de Paulo Portas ser elogiado por quase todos os adversários, respeitado pela Elite, quando é certamente o maior demagogo, já mudou de ideologia três vezes, alterações políticas são incontáveis e, de promessas eleitorais, quase todas foram feitas para enganar os desprotegidos!

Perante este espectáculo degradante dos três partidos, será natural, que os poucos portugueses que ainda se interessam pela política e pelos reflexos que tem na vida de cada um, perguntem: Qual é a alternativa política para o país, que estes partidos defendem? Manter, por todas as formas possíveis, os seus interesses e de todos que eles representam e defendem, direi eu. Cada um dos partidos, tudo faz para liderar o poder, instalar a sua máquina partidária e arranjar lugares para os amigos. Depois, distribuem pelos outros, os lugares ainda disponíveis no aparelho do Estado. Será por mero acaso, que actualmente, os três líderes parlamentares são membros da Maçonaria? 

Nesta comédia, qual é o papel do PCP, BE e Verdes? Ser contra! Contra qualquer reforma que diminua as benesses dos políticos, dos autarcas, dos sindicalistas e de todos os funcionários públicos. Contra qualquer reforma que modernize e organize o Estado. Contra as directivas da União Europeia, ainda que exijam sempre mais fundos, para alimentar todos os instalados no sistema, de que fazem parte. Contra o FMI, Troika ou outro organismo internacional, que nos exija o pagamento das dívidas, que eles também ajudaram a criar. Contra todos os governos, da esquerda ou da direita. No passado recente uniram-se com a direita para derrotar Sócrates, actualmente querem juntar-se ao PS, para derrubar Passos Coelho. Hoje, como anteriormente, o que pretendem acima de tudo é evitar a mudança, as reformas indispensáveis do Estado.

Conscientes de que o espectáculo que estão a realizar há muito tempo, estava a deixar de interessar, mobilizar ou enganar o POVO, o "Quartel General" dos interesses instalados, decidiu ocupar as televisões diariamente. Assim, assistimos diariamente à discussão de pretensas divergências. Ficamos perplexos com as convergências na defesa das reformas douradas. Facilmente se colocam de acordo, sobre as reformas que não aceitam e nunca nas que devem ser feitas. Responsabilizam tudo o que é organização internacional, pelos nossos problemas, sem nunca assumiram que a culpa é nossa. Finalmente, para descarregar a consciência da merda que tem feito, encontram agora nos Alemães e na Chanceler Merkel, as razões da nossa crise, porque deixaram de nos emprestar mais dinheiro, para continuar em festa a fazer a vida de ricos, quando não produzimos o suficiente para nos alimentar e não aproveitamos o que nos deram, para  desenvolver e modernizar o país!

quinta-feira, 25 de abril de 2013

COMEMORO O 25 DE ABRIL, COM MAIS SENTIMENTOS DE REVOLTA, DO QUE ALEGRIA!



Aparentemente, teria todas as razões para sentir alegria, pela comemoração de mais um aniversário do 25 de Abril. Deveria, até, sentir felicidade pelas referências ao Dia da Libertação, feitas pelos órgãos de comunicação social tradicional e, particularmente, pelas redes sociais. Contudo, invade-me um sentimento de revolta por constatar, ao longo dos anos, que passado a Festa da Liberdade, a generalidade do povo esquece a necessidade de continuar a lutar pela Liberdade, Democracia e Progresso Social.

Nestes últimos dias, em que a primavera nos presenteou com um Sol radiante, fomos como que inundados, por uma chuva de palavras e imagens, algumas novas e belas outras tiradas do "baú" das recordações, levando muitas pessoas a pensar, que assim lavarão as encostas dos montes cheias de corruptos, alimentados nos interesses instalados. É essa ilusão que nos continua a condicionar, para fazer o que é preciso e que me impede de sentir alegria.

Enquanto uma parte,cada vez menor, do Povo festeja na rua o 25 de Abril, os interesses instalados representados na Assembleia da República e nas Autarquias, continuam com discursos rituais e auto-elogiosos, onde as pessoas não participam por não se sentirem representadas. Passado o dia das comemorações, as pessoas regressam à sua "vidinha".

 Ao mesmo tempo que a crise social se acentua. deixamos à solta o actual poder político corrupto, que continua impune à crise, e continuará a fazer-nos pagar os roubos escandalosos ao erário público e as gestões ruinosas das empresas públicas. 

Paralelamente, tudo fazem para nos tentar convencer, que os nossos inimigos são os representantes dos credores (Troika) e não os políticos e banqueiros que nos tem governado ao longo dos anos, em nome do "Quartel General" dos interesses instalados, muitos dos quais, num país civilizado, estariam a pagar na prisão os crimes que tem cometido!

É por estas razões e muitas outras que tenho abordado em artigos anteriores, que comemoro o 25 de Abril e o meu regresso a Portugal, com mais sentimentos de revolta, do que alegria!

domingo, 7 de abril de 2013

Nota informativa.


Aos meus leitores regulares, tenho a informar, que por razões de oportunidade e também, por maior e mais rápida divulgação, tenho escrito vários comentários na minha página do Facebook. 

Espero, em breve, voltar aos artigos de fundo a publicar nesta página.

Obrigado

Bexiga Lopes

quarta-feira, 27 de março de 2013

O FUTURO DA POLÍTICA PORTUGUESA, PASSARÁ PELO REGRESSO AO PASSADO, POR SÓCRATES?




O futuro da política portuguesa, passará pelo regresso ao passado, por Sócrates? Tenho dúvidas! Contudo, há um facto indiscutível: o regresso de Sócrates à cena política, alterou as regras do jogo partidário. A polémica desencadeada pelo anúncio da entrevista à RTP, com centenas de comentários em todos os órgãos de informação, nas redes sociais com várias e antagónicas petições, tinha já dado uma imagem de desespero de uns e pânico de outros, em especial no espectro político da direita.

Na entrevista, Sócrates foi demolidor, apesar das tentativas dos entrevistadores para dificultar o seu raciocínio e exposição de ideias. Preparado como sempre, rebateu e contrariou com factos e números, as perguntas/afirmações e insinuações dos dois jornalistas. Não fiquei surpreendido, com a firmeza como se defendeu dos ataques, há muitos anos que o conheço pessoalmente e, por essa razão, não vou analisar o conteúdo da entrevista, mas antes as reacções e eventuais consequências.

Não me recordo de alguma vez ter acontecido, que uma entrevista dada por um político a um canal de televisão generalista, tenha provocado emissões especiais na SIC Notícias, RTP Informação e TVI 24. Só este facto, confirma a relevância política de Sócrates e a necessidade dos seus opositores reagirem de imediato. Procurei acompanhar na medida do possível, a forma como os vários comentadores analisavam o conteúdo da entrevista e o comportamento de Sócrates. Parecia que tinha acontecido um terramoto. Só o Miguel Sousa Tavares estava com o semblante normal, até mesmo um pouco sorridente, todos os outros, ou tinham "sorriso amarelo" ou apresentavam  um semblante de pesadelo, inclusive o João Galamba, que é conhecido como seu apoiante.

A generalidade dos comentadores, incapazes de contrariar os números e factos apresentados por Sócrates. preferiam falar em desejo de vingança, especular sobre os seus objectivos políticos, realçar a sua combatividade e preparação mas...sempre desvalorizando as suas opiniões políticas. A direita, representada por políticos ou comentadores, revelava pânico e começou logo no ataque com todo o manancial de deturpações,  responsabilizando Sócrates pela situação em que vivemos.

 A esquerda, estava toda incomodada, apesar do aparente apoio de um ou outro político ou comentador afecto ao PS. Em suma, o reaparecimento  de Sócrates, num momento em que a crise política e social se agrava, constituiu o maior facto político dos últimos tempos e vai, necessariamente, provocar grande agitação nos partidos, governo e presidência da república.

Significa que tudo o que referi, implica que o o futuro político, económico e social passa pelo regresso ao passado, por José Sócrates? Como referi no início, tenho dúvidas. É verdade que há falta de liderança política em Portugal e Sócrates é um líder nato. É indiscutível que ele é odiado por muitos portugueses, mas continua a ser respeitado e desejado por outros. Porem, o problema principal do nosso regime político, é que foi e está capturado pelas corporações,pelos interesses instalados que controlam os partidos.

  Este governo, como o anterior, revelam-se incapazes de fazer as reformas que decorriam dos PEC e das que eram exigidas, inicialmente, pela Troika, porque a maioria dos dirigentes políticos e o Governo, estão condicionados pelo capital financeiro, pelos grandes grupos económicos e pelas elites que capturaram o estado. Sem democratização do regime, através da participação e manifestação das pessoas, nada de fundamental vai mudar. Sócrates vai abanar as actuais lideranças políticas e o Governo, mas nada nos garante que ele possa, ou queira, dar algum contributo para a democratização e transformação dos partidos.

domingo, 3 de março de 2013

O CAUDAL HUMANO DAS MANIFESTAÇÕES DESAGUARÁ NO MAR DO POPULISMO, OU NA FORMAÇÃO DE UM NOVO PARTIDO?




O caudal humano das manifestações, desaguará no mar do populismo, ou na formação de um novo partido? Os grandes protestos ontem realizados, principalmente em Lisboa, Porto, Braga e Coimbra, constitui apenas um aviso para o governo, para os partidos e sindicatos, ou apenas um protesto contra a troika? Assisti , através das reportagens realizadas pelos vários canais das televisões, ao desenrolar de todas as manifestações, de entrevistas de anónimos, de dirigentes políticos  e sindicais e de alguns discursos de encerramento, com todos a cantar Grândola Vila Morena!

Durante horas, foi sendo criticado muitas das medidas de austeridade, através de cartazes e de palavras dos entrevistados, ainda que muitas das pessoas, apenas se referissem à sua situação pessoal ou familiar. Viu-se e ouviu-se também, muitas críticas ao governo e, acima de tudo, a sua condenação com pedidos de demissão. Relevante, ainda, foram as críticas ao Presidente Cavaco Silva, através do maior apupo na concentração do Terreiro do Paço. Porém, o que mais se destacou foi as palavras contra a Troika, exigindo a sua saída.

Entretanto, não consegui ver qualquer cartaz contra os interesses instalados, nem ouvi qualquer declaração contra os privilégios das corporações, com a excepção da condenação dos Bancos. Porque afirmar "que se lixe a troika", quando muitos dos que lá estavam, recusaram as reformas previstas  no PEC IV e, consequentemente, contribuíram para a vinda da Troika e para a formação do actual Governo?

Apesar dos organizadores terem defendido sempre, que se tratava de manifestações de cidadania, alguns partidos procuraram aproveitar-se o que, segundo foi afirmado, gerou contestação e algumas escaramuças. Todavia, com a colaboração dos repórteres televisivos, dirigentes do PS, PCP, BE e da CGTP, fizeram vários comentários sobre as manifestações e, naturalmente, para condenar o Governo e a Troika, enquanto os organizadores se remeteram ao silêncio, ou foram esquecidos.

Como nos discursos finais, não foi defendida qualquer alternativa de governo, nem sequer o pedido de novas eleições, apesar da participação e apoio às manifestações por parte dos partidos de esquerda, é relevante questionar, os verdadeiros objectivos dos organizadores e dos participantes destas grandes movimentações de força da população portuguesa, ou mais propriamente, das chamadas classes médias.

É minha opinião, que as manifestações foram contra tudo e contra todos. Foi explícita, na condenação do Governo e da Troika, implícita na crítica aos partidos e sindicatos, na medida em que foi omitida a sua participação ou as suas propostas políticas como alternativa ao actual governo.Para que serviu a saída às ruas de tão grande massa humana? Criar base de apoio para novo partido democrático?

 Espero estar enganado, mas é minha convicção que o populismo está a crescer, como foi mais evidente ontem, do que na manifestação de Setembro. Sem novo enquadramento partidário, o descontentamento evidenciado, pode degenerar e alimentar a constituição de movimentos populistas e antidemocráticos.

Porém, como os actuais partidos não demonstram qualquer vontade de mudança interna, nem interesse em permitir convergências ínter partidárias, para as reformas necessárias do sistema político, certamente como consequência de estarem dominados pelos interesses instalados, não nos parece nada fácil, se é que é possível superar a actual situação, dentro do actual quadro democrático.

Tendo em conta que a austeridade vai continuar em Portugal e outros países europeus, com a consequente diminuição dos níveis de vida das chamadas classes médias. Constatando-se que as corporações e as camadas sociais que tem sido privilegiadas, continuam a resistir e a saber defender-se, ainda é mais urgente clarificar, quais são os "inimigos" internos dos portugueses.

 Simultâneamente, é indispensável saber como aproveitar o capital político, destas manifestações de descontentes, para pressionar as reformas políticas, que o país precisa. Admito, que os organizadores e a maioria dos participantes do movimento 2 de Março, tem responsabilidades no processo. Esperamos que saibam estar à altura dos acontecimentos!

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

A Elite Portuguesa, Para Manter Os Seus Privilégios, Admite Sair Da UE E Voltar-mos A Ser Um Protétorado Da Inglaterra!




Tinha pensado recomeçar a escrever, artigos sobre a situação política, económica e social portuguesa, só depois de concluir a leitura de alguns livros. No entanto, apesar de já ter as notas preparadas, sinto-me obrigado a suspender a redacção desses artigos, para voltar novamente às questões relacionadas com a elite  portuguesa, ou o que se considera como tal

A "gota que fez transbordar o copo", foi a entrevista de Manuel Alegre, na SIC Notícias, hoje 28 de Fevereiro. Já à vários anos que constato, que o passado revolucionário de Manuel Alegre e a sua prática política, individualista e elitista, tem dois objectivos precisos: culto da personalidade e defesa dos interesses instalados, dos quais também benificia. Contudo, nunca pensei ouvir da sua parte, a necessidade de Portugal ter um plano B, para a eventual saída da Europa e a defesa de nova Aliança com o Inglaterra. Onde já vai o slogan "A Europa Connosco" e o grande contributo que deu para o fim do isolamento português , imposto por Salazar

Quase à mesma hora, na TVI 24, Santana Lopes PSD, Francisco Assis PS e Fernando Rosa BE, num tom grave, consideravam as afirmações de Durão Barroso, uma afronta ao povo português. Isto porque, o Presidente da Comissão Europeia, tinha afirmado, que as opções políticas aplicadas em Portugal, tinham contribuído para a situação de banca rota que nos encontramos e, ainda, que não fora o apoio de outros países, estaríamos ainda pior, sendo sua opinião,que a UE não é a base do problema mas da solução!

Actualmente são raros os intelectuais, nos vários ramos do saber, que tem a vontade de fazer e a frontalidade de assumir, uma análise objectiva da realidade política, económica e social portuguesa. Tal facto deriva da consciência, não assumida, de que as reformas definidas no Memorando da Troika e, agora,  em parte reassumidas no Relatório do FMI, são contra os privilégios das elites portuguesas, de que fazem parte. 

Como consequência, a generalidade dos analistas e comentadores aborda, parcialmente, o problema da dívida pública. Admitem a austeridade e as reformas, desde que não os atinja. Criticam a Troika, mas não conseguem contestar a veracidade dos factos apresentados no Memorando. Responsabilizam a União europeia pela situação em que vivemos, para tentarem fugir às suas responsabilidades.

O "movimento elitista anti Sócrates", afirmava que a situação que nos levou ao pedido de intervenção da Troika, era uma consequência das políticas nacionais. Ao desvalorizar  a componente europeia e internacional, a aliança da direita à extrema "esquerda" e os instalados do PS, que tudo fizeram para impedir várias reformas no primeiro governo de Sócrates,  ainda chumbaram o PEC IV, na convicção que evitariam mais uma vez,  os cortes nos vencimentos, as reformas estruturais e a consequente austeridade.

Todavia,quando algumas medidas começaram da atingir as elites e as chamadas classes médias, a resistência destas aumentou, viraram de agulha, para  criticar a Comunidade Europeia e passar a defender mais Europa. Ou seja, quase todos começaram a afirmar que a solução da crise financeira passava pelo Euro, pela mutualização da dívida e pela transformação da União Europeia em Federação. Entretanto, como os credores representados pela Troika, continuam a exigir as reformas estruturais, para acabar com os privilégios dos políticos, militares, juízes, médicos e professores, entre outros, as elites instaladas voltaram a mudar de estratégia.

Ainda que utilizando terminologias diferenciadas, temos assistido nos últimos meses, a um numeroso grupo de autores, que começaram por criticar  a austeridade imposta pela Comissão Europeia. Responsabilizam a moeda única e admitem a desintegração ou saída da UE, porque não querem ser dirigidos pelos Alemães, já não apenas, pela Merkel. Ainda que a maioria deles, valorizem mais o triângulo -Lisboa, Luanda e Brasília - como forma de nova estratégia geopolítica, para pressionar a Europa a satisfazer "os nossos interesses", para Adriano Moreira e Mário Soares, a CPLP deve ser encarada como alternativa estratégica. Nos últimos dias e com estratégia política idêntica, os Oficiais e Generais das Forças Armadas, através de reuniões e declarações, deixaram avisos claros que não querem ceder, nem nos privilégios, nem aceitar a liderança Alemã!

Outros dos autores, que vão reflectindo sobre a crise, duvidando da nossa capacidade de influenciar o triângulo lusófono, prefere equacionar as nossas tradicionais ligações à América e particularmente à Inglaterra, como o fez Manuela Alegre. Em síntese, as elites portuguesas que esbanjaram os fundos vindos da UE para  construções megalómanas, corrupção e vida faustosa, preparam-se para encontrar uma potência, que lhes permita manter os privilégios, à custa da generalidade do povo e da nossa integração na União Europeia, base indispensável para o nosso desenvolvimento e progresso social! 

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

O CORTE DAS BENESSES SÃO INCONSTITUCIONAIS! E AS CONDIÇÕES DOS TRABALHADORES, ESTÃO CONFORME A CONSTITUIÇÃO?




Os cortes de benesses nas elites e nas camadas sociais instaladas, é inconstitucional? Admito! E as condições criadas para os trabalhadores, em particular para os jovens que entram no mercado de trabalho, ou os que perdem o emprego, estão conforme a constituição? Porque se condena apenas o corte das benesses? Não havia e há razões objectivas, estudos indesmentíveis, que classificam Portugal, como o país da União Europeia, onde a desigualdade  económica e social é maior? Porque não discutir desigualdades chocantes, como a que hoje foi revelada, de que 5% dos pensionistas e reformados, arrecadam 40% do "bolo", ou seja,do valor total das reformas e pensões?

O Relatório do FMI, tal como já aconteceu com o Memorando da Troika, provocou uma espécie de levantamento nacional, promovido pelo "Quartel General" dos interesses instalados. De tudo que vi e li, criticando o relatório, o que mais ressalta nas justificações, é a eventual inconstitucionalidade das medidas sugeridas. Como seria previsível, os protagonistas são os mesmos do costume: BE, PCP, PS, Cavaquistas, Democratas Cristãos, Sindicatos e alguns representantes das Entidades Patronais. Todavia, desta vez apareceram altas figuras do "Quartel General" dos interesses instalados: António Arnaut, ex Grão Mestre da Maçonaria e Mota Amaral, da Opus Dei.

Quero no entanto realçar, que houve pessoas que assumiram dar a cara, pela defesa das reformas sugeridas. Do que tive conhecimento, destaco: Vital Moreira, Helena Garrido, Luís Pais Antunes, José Ferreira Machado e Silva Lopes. Com palavras diferentes, todos convergem na necessidade de discutir o Relatório e na inevitabilidade da aplicação de várias das medidas sugeridas, porque o actual Estado social é insustentável. Devo ainda assinalar, que afectos ao PS, Maria João Rodrigues e Francisco Assis, assumiram  a necessidade da discussão e abertura para a implementação de algumas medidas, contrastando com as posições de António Costa, que navega em todas as direcções à procura de apoios.

Sou um defensor, convicto,do Estado Democrático e Social e tenho reafirmado a necessidade da sua consolidação, ao longo da minha vida social, sindical, autárquica e política.Porem, não posso aceitar o actual sistema como justo pois, já há muitos anos que deixou de ser um sistema social para os utentes e  beneficiários, para se transformar numa organização ao serviço dos seus funcionários, dirigentes, políticos inactivos e amigos de todos eles.

 Defendo um Estado Social, para permitir a redistribuição da riqueza, não para manter ou aumentar as desigualdades sociais, que nos tem mantido na cauda da União Europeia. Reivindico um Estado Social íntergeracional, e não um sistema que favorece uma minoria de aposentados e reformados, que privilegia as benesses dos instalados, à custa dos impostos de todos nós, particularmente, dos que entram no mercado do trabalho.

Helena Garrido, em convergência com a minha opinião, ousa afirmar, em Editorial no Jornal de Negócios, que as medidas sugeridas no Relatório do FMI, vem dar razão a Sócrates, pelas reformas que quis impor, no seu primeiro governo.Como escrevi, em anteriores artigos, algumas foram muito criticadas,  ou impossibilitada a sua concretização, pelos mesmos que já sabotaram a implementação do Memorando e, agora  ,condenam o Relatório: os beneficiados com reformas douradas, as corporações que capturaram o Estado, isto é, Maçonarias, Opus Dei, Organizações Secretas, discretas e afins!

As condições sociais em que vive a generalidade dos portugueses.A situação dos operários e trabalhadores manuais, que vivem com o salário mínimo ou até inferior. As centenas de milhar de desempregados, muitos dos quais sem esperança de voltar a poder trabalhar. A precariedade laboral trabalhadores, entre os quais os jovens licenciados, que começaram a trabalhar nestes últimos anos, com salários ou vencimentos de metade ou um terço, dos funcionários que foram substituir, nada preocupa as elites e os instalados no sistema. Todas estas pessoas, só podem ficar revoltadas, ao ouvir a actual contestação às reformas do Estado, enquanto as desigualdades de que são vítimas, são omitidas.

 Tem-se visto as mais variadas teses de demagogia, contra os cortes nos vencimentos e nas pensões mais elevadas, vinculadas pelos média, particularmente pelas televisões. Porém, a dar crédito ao que foi publicado pelo Jornal O Sol, os adjectivos de critica e condenação do OGE, contidos no pedido de fiscalização sucessiva do Orçamento, ultrapassam o que é admissível ser dito ou escrito, por um Presidente da República!

Com que direito, qual a ética republicana, com que crédito de transparência é que Cavaco Silva, e os dois  presidentes que o antecederam, criticam, condenam e sabotam, objectivamente, as reformas necessárias para sairmos da dependência da Troika, quando eles tem altas responsabilidades na situação a que o pais chegou, ainda que fosse apenas por omissão?

 Porque anda grande parte da elite, particularmente os intelectuais, a criticar o FMI e a Troika, acusando-os de "incompetentes e funcionários de segunda ordem", quando foi a elite portuguesa a responsável, por perder-mos a independência financeira e, no espaço de três décadas, terem levado o pais à "banca rota"?
Porque, como já escrevi algumas vezes, a elite nacional NEM SABE GOVERNAR, NEM DEIXAM QUE NOS GOVERNEM...MAS TEM SABIDO GOVERNAR-SE!

Nota: Após a crítica de alguns amigos, à forma como estava escrito alguns parágrafos, entendi corrigir o texto, ontem  publicado, mas sem alterações de conteúdo.