sexta-feira, 24 de maio de 2013

O PAI, O FILHO E A FAMÍLIA NÃO SE ENTENDEM, OU QUEREM ENGANAR-NOS?




A política portuguesa é uma farsa. Os políticos parecem ser comediantes. O espectáculo é degradante e  a assistência só aparece quando é paga. Perante esta realidade, os políticos desempregados da maioria e os da oposição, inesperadamente invadiram as televisões com toda a forma de debates. Para discutirem perante os portugueses a razão da crise? Denunciar quem roubou e ganhou com os escândalos financeiros? Para explicar, porque depois do 25 de Abril, já caímos três vezes em banca rota? Para oferecerem uma alternativa política? Vejamos, em primeiro lugar, o que se passa no PS.

Nos últimos dias, assistimos às mais variadas afirmações de Mário Soares, para tentar juntar as esquerdas, procurar uma alternativa e derrotar o governo de Passos Coelho, que tanto tinha elogiado no início. Ao mesmo tempo, João Soares, no Parlamento e nas televisões, lança um apelo de charme ao CDS, para abandonar o governo, provocar novas eleições e formar maioria com o PS. Francisco Assis, defende alianças à direita. Os jovens deputados do PS, até há pouco tempo capitaneados por António Costa, lutam por unir as esquerdas. Entretanto, Manuel Alegre afirma, que a esquerda portuguesa, não serve para nada. E o Secretário Geral do PS, que era pressuposto dirigir o partido, o que é que defende? A união com os portugueses!!! O Pai defende uma coisa, o Filho outra e, o resto da família, vai dizendo o que lhe apetece!

Quanto ao PSD, passamos do tempo em que todos os Barões estavam contra Sócrates, para a situação actual, em que ninguém defende o governo, todos recusam eleições para que  o pote de mel continue a ser administrado pelo partido e o possam repartir. Ao mesmo tempo, muitos distanciam-se das políticas governamentais, com o único objectivo de poderem ser uma alternativa interna. Diferente de todos e com um radicalismo crítico, só comparável ao último período do governo de Sócrates, temos o Pacheco Pereira que, ao que parece, esqueceu  já o período da "esquerda liberal", criticando hoje o liberalismo do governo, para defender o neo-corporativismo, objectivamente, os interesses instalados no Estado.

No reino do "Príncipe" tudo é possível acontecer. Participam no governo, criticam a austeridade em nome da sua "raiz cristã"  e justificam as medidas para se manterem no poder. Afirmam incompatibilidades com algumas medidas do Gaspar, para aumentar o preço, que os socialistas terão de pagar para os terem a seu lado. Um dos aspectos mais interessantes da degradação da política portuguesa, é o facto de Paulo Portas ser elogiado por quase todos os adversários, respeitado pela Elite, quando é certamente o maior demagogo, já mudou de ideologia três vezes, alterações políticas são incontáveis e, de promessas eleitorais, quase todas foram feitas para enganar os desprotegidos!

Perante este espectáculo degradante dos três partidos, será natural, que os poucos portugueses que ainda se interessam pela política e pelos reflexos que tem na vida de cada um, perguntem: Qual é a alternativa política para o país, que estes partidos defendem? Manter, por todas as formas possíveis, os seus interesses e de todos que eles representam e defendem, direi eu. Cada um dos partidos, tudo faz para liderar o poder, instalar a sua máquina partidária e arranjar lugares para os amigos. Depois, distribuem pelos outros, os lugares ainda disponíveis no aparelho do Estado. Será por mero acaso, que actualmente, os três líderes parlamentares são membros da Maçonaria? 

Nesta comédia, qual é o papel do PCP, BE e Verdes? Ser contra! Contra qualquer reforma que diminua as benesses dos políticos, dos autarcas, dos sindicalistas e de todos os funcionários públicos. Contra qualquer reforma que modernize e organize o Estado. Contra as directivas da União Europeia, ainda que exijam sempre mais fundos, para alimentar todos os instalados no sistema, de que fazem parte. Contra o FMI, Troika ou outro organismo internacional, que nos exija o pagamento das dívidas, que eles também ajudaram a criar. Contra todos os governos, da esquerda ou da direita. No passado recente uniram-se com a direita para derrotar Sócrates, actualmente querem juntar-se ao PS, para derrubar Passos Coelho. Hoje, como anteriormente, o que pretendem acima de tudo é evitar a mudança, as reformas indispensáveis do Estado.

Conscientes de que o espectáculo que estão a realizar há muito tempo, estava a deixar de interessar, mobilizar ou enganar o POVO, o "Quartel General" dos interesses instalados, decidiu ocupar as televisões diariamente. Assim, assistimos diariamente à discussão de pretensas divergências. Ficamos perplexos com as convergências na defesa das reformas douradas. Facilmente se colocam de acordo, sobre as reformas que não aceitam e nunca nas que devem ser feitas. Responsabilizam tudo o que é organização internacional, pelos nossos problemas, sem nunca assumiram que a culpa é nossa. Finalmente, para descarregar a consciência da merda que tem feito, encontram agora nos Alemães e na Chanceler Merkel, as razões da nossa crise, porque deixaram de nos emprestar mais dinheiro, para continuar em festa a fazer a vida de ricos, quando não produzimos o suficiente para nos alimentar e não aproveitamos o que nos deram, para  desenvolver e modernizar o país!