terça-feira, 21 de julho de 2015

PARTIDO DEMOCRÁTICO REPUBLICANO, A OPORTUNIDADE PERDIDA?




Partido Democrático Republicano, a oportunidade perdida? Aparentemente, é uma pergunta provocatória. Contudo, se considerar-mos os acontecimentos nos últimos seis meses e, particularmente, as últimas semanas em Portugal e na Grécia, teremos de concluir que o PDR que era uma esperança e uma alternativa política para os portugueses, passou a ser uma desilusão para os potencias eleitores, senão vejamos:

Em Janeiro, uma empresa de sondagens atribuía ao PDR 5,6%. Neste último domingo, a mesma empresa, dava 1,4%. Neste mesmo período de tempo, todas as empresas de sondagens revelaram uma contínua baixa nas percentagens, salvo erro, menos uma vez. Sabemos que nas últimas eleições  realizadas em alguns países, as sondagens foram um rotundo fracasso. Mesmo assim, tendo as sondagens um valor relativo, não deixa de ser preocupante que, entre todas as últimas sondagens, o PDR tenha apenas diferença de décimas percentuais!

Paradoxalmente, o acordo e o próximo resgate à Grécia e as suas repercussões em Portugal, apenas reforçaram a credibilidade das propostas políticas do PDR, expostas há muito tempo por Marinho e Pinto. A crise do Syriza e do seu governo teve a virtude de colocar, em primeiro plano, quatro  questões fundamentais em relação à Grécia mas, objectivamente, também em relação a Portugal.

Aceitar, ou não, políticas de austeridade. Reconhecer a necessidade e implementar, ou não, reformas profundas no Estado, em particular nas pensões. Colocar, ou não. a reestruturação e o perdão da dívida, como condição necessária para o crescimento económico. Defender, ou não, a manutenção do país no Euro e na UE. O acordo conseguido para evitar a expulsão  do Euro e as pré condições para a negociação do novo resgate, são claras: Austeridade reforçada; Reformas do Estado mais abrangentes; Perdão da dívida fora de questão, ainda que se admita alterações no pagamento, condicionado pelo cumprimento do acordo e do resgate. Manutenção no Euro e na União Europeia, por exigência da esmagadora maioria do povo grego.

Em relação a estas quatro questões, o PDR, considerando as opiniões publicadas pelo seu Líder Marinho e Pinto, é o único partido que aceita dar resposta afirmativa às quatro questões. O PSD e o CDS - o governo - apenas implementaram as medidas  que não conseguiram evitar e, mesmo assim, ficou por cumprir 64% do Memorando. Na oposição, combateram todas as reformas previstas no PECs e, nas eleições prometeram não tomar medidas de austeridade. 

Quanto ao PS, além de nunca se terem demarcado das políticas que levaram a banca rota, actualmente, cada dia que passa contrariam o que defenderam no dia anterior. Há que não ter dúvidas, se eles conquistarem o poder, só não voltaremos ao passado na medida em que a União Europeia não o permita. As posições que assumiram sobre o Syriza e a Grécia, são elucidativas.

Resta-nos os partidos, novos e velhos, da dita esquerda. O PCP, depois de anos a tentar camuflar as suas posições contra a Europa, hoje é claro: Há que preparar a saída do Euro e da União Europeia. Eles e os seus amigos gregos, tudo fizeram para impedir o acordo na Grécia. Sobre qualquer reforma nacional é contra, ponto final. Quanto ao BE e seus derivados seguem no ,fundamental, a política europeia do PCP, ainda que, o Livre de Rui Tavares, admita fazer uma "aliança" com o PS.

Em síntese, todos os partidos da dita esquerda, sofreram uma estrondosa derrota das suas políticas, com os acontecimentos na Grécia, enquanto MP saía vencedor.  Além disso, o PDR ainda se distingue deles em mais dois aspectos fundamentais: se os portugueses lhe deram uma votação expressiva, que possa condicionar a formação de um novo governo, está aberto a coligações com todos os partidos; o PDR defende uma luta sem quartel contra a corrupção, enquanto os partidos ditos de esquerda, quase omitem essa luta, apesar das prisões actuais e dos processos nos tribunais contra a corrupção, provarem que Marinho e Pinto tinha e tem razão. Então quais são as razões para a queda do PDR nas sondagens?

É um facto que a generalidade das televisões, rádios e imprensa, tem omitido as realizações do PDR,  não convidam dirigentes seus para debates e as poucas vezes que falam do Partido é para fazer ataques, deturpar as suas propostas e tentar denegrir a personalidade do seu Líder, Marinho e Pinto. A prova do que acabamos de afirmar, pode ser exemplificada no caso Livre e no seu Líder.

Rui Tavares, está continuamente em debates nas televisões,  estas dão cobertura a qualquer "manifestação" que eles organizem ou participem, (já nem sei quantas vezes ele foi entrevistado)vários membros do Livre, ou apenas simpatizantes, também estão regularmente nas televisões e escrevem em vários jornais e revistas. Porem, nunca qualquer sondagem lhe atribuiu maior percentagem,que a do PDR.

Também´é um facto, que não me custa aceitar, que muitos portugueses tem dificuldade em compreender que o país , nós,devemos pagar as dívidas fruto de obras megalómanas, esbanjamentos
 e corrupção dos políticos. Aceito até, que muitos eleitores, não compreendam a necessidade das medidas de austeridade, que tem como consequência reformas na segurança social, cortes de direitos e regalias dos trabalhadores e, particularmente, redução das pensões. É natural por isso, que as pessoas não estejam na disposição de votar em quem defende o pagamento da dívida, apesar de serem sensíveis  ao discurso de Marinho e Pinto contra a corrupção, os poderosos e os interesses instalados.

Todavia, na minha opinião, houve e há ainda vários acontecimentos internos no Partido, que deram um contributo negativo para a queda contínua nas sondagens. Primeiro que tudo, as divergências políticas evidentes, entre o que Marinho e Pinto escrevia ou afirmava, e o que defendiam e escreviam outros fundadores.

Depois vieram as provocações públicas de um grupo restrito de fundadores e alguns "infiltrados", capitaneados pelo Eurico Figueiredo, a tentar impedir a conclusão da Convenção Nacional. Os comunicados dos "infiltrados" e as cartas abertas de Eurico Figueiredo, a pretexto ou como resultado dos acontecimentos nas reuniões da Convenção Nacional, atingiu um tal grau de provocação e uma linguagem tão ofensiva ao respeito e  a personalidade de Marinho e Pinto e, consequentemente o PDR, que só poderia provocar uma imagem negativa do Partido.

Antes ainda da convenção e na tentativa de criar direcções concelhias, já então houveram alguns acontecimentos pouco dignificantes, para um novo e diferente partido. Admiti, nessas ocasiões, que se estava apenas reflectir as "divergências e confrontações" naturais como resultado da competição pelas lideranças concelhias, ou para ter mais hipótese de ser eleito, para a direcção do partido.

Todavia, a continuação dos processos contra o PDR e Marinho e Pinto vieram demonstrar que, já então, aqueles senhores estavam a tentar sabotar a consolidação do Partido. Paralelamente, o MPT entra em cena abertamente, procurando "expulsar" Marinho e Pinto do Parlamento Europeu, denegrir a sua imagem e do PDR. Perante estes factos, só há uma conclusão possível: Alguém, ou alguma organização, preparou e, ou, pagou, para que fosse realizada a sabotagem da consolidação do PDR!

Finalmente, também não poderia deixar de se repercutir no PDR, o facto de não ser um partido ideológico. Como resultado, aderiram ao projecto pessoas com as mais variadas opiniões políticas e ideológicas, o que dificultou a definição de propostas e formas de organização pois, o único "cimento" para manter e alargar o Partido, era as acções e opiniões de Marinho e Pinto.

 Entretanto como a luta interna continuou, as divergências entre o núcleo restrito se agravaram,  as opiniões dos aderentes e simpatizantes sobre a Grécia e o papel do Syriza, passaram a andar à deriva e a inundar as páginas do Partido no Facebook com artigos pessoais, ou partilhas de artigos e vídeos de tudo o que a dita esquerda publicava contrariando, consciente ou inconscientemente, as posições políticas do PDR!

 Aceitei participar desde o início no projecto PDR. Continuo a ter plena confiança política e pessoal, no Líder do Partido. Admito que os dirigentes eleitos tenham consciência da situação e estejam a trabalhar para a superar. Todavia, Marinho e Pinto tem ainda um grande trabalho pela frente, para demonstrar que o PDR não é A OPORTUNIDADE PERDIDA, como todos os seus adversários esperam!