quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

A Elite Portuguesa, Para Manter Os Seus Privilégios, Admite Sair Da UE E Voltar-mos A Ser Um Protétorado Da Inglaterra!




Tinha pensado recomeçar a escrever, artigos sobre a situação política, económica e social portuguesa, só depois de concluir a leitura de alguns livros. No entanto, apesar de já ter as notas preparadas, sinto-me obrigado a suspender a redacção desses artigos, para voltar novamente às questões relacionadas com a elite  portuguesa, ou o que se considera como tal

A "gota que fez transbordar o copo", foi a entrevista de Manuel Alegre, na SIC Notícias, hoje 28 de Fevereiro. Já à vários anos que constato, que o passado revolucionário de Manuel Alegre e a sua prática política, individualista e elitista, tem dois objectivos precisos: culto da personalidade e defesa dos interesses instalados, dos quais também benificia. Contudo, nunca pensei ouvir da sua parte, a necessidade de Portugal ter um plano B, para a eventual saída da Europa e a defesa de nova Aliança com o Inglaterra. Onde já vai o slogan "A Europa Connosco" e o grande contributo que deu para o fim do isolamento português , imposto por Salazar

Quase à mesma hora, na TVI 24, Santana Lopes PSD, Francisco Assis PS e Fernando Rosa BE, num tom grave, consideravam as afirmações de Durão Barroso, uma afronta ao povo português. Isto porque, o Presidente da Comissão Europeia, tinha afirmado, que as opções políticas aplicadas em Portugal, tinham contribuído para a situação de banca rota que nos encontramos e, ainda, que não fora o apoio de outros países, estaríamos ainda pior, sendo sua opinião,que a UE não é a base do problema mas da solução!

Actualmente são raros os intelectuais, nos vários ramos do saber, que tem a vontade de fazer e a frontalidade de assumir, uma análise objectiva da realidade política, económica e social portuguesa. Tal facto deriva da consciência, não assumida, de que as reformas definidas no Memorando da Troika e, agora,  em parte reassumidas no Relatório do FMI, são contra os privilégios das elites portuguesas, de que fazem parte. 

Como consequência, a generalidade dos analistas e comentadores aborda, parcialmente, o problema da dívida pública. Admitem a austeridade e as reformas, desde que não os atinja. Criticam a Troika, mas não conseguem contestar a veracidade dos factos apresentados no Memorando. Responsabilizam a União europeia pela situação em que vivemos, para tentarem fugir às suas responsabilidades.

O "movimento elitista anti Sócrates", afirmava que a situação que nos levou ao pedido de intervenção da Troika, era uma consequência das políticas nacionais. Ao desvalorizar  a componente europeia e internacional, a aliança da direita à extrema "esquerda" e os instalados do PS, que tudo fizeram para impedir várias reformas no primeiro governo de Sócrates,  ainda chumbaram o PEC IV, na convicção que evitariam mais uma vez,  os cortes nos vencimentos, as reformas estruturais e a consequente austeridade.

Todavia,quando algumas medidas começaram da atingir as elites e as chamadas classes médias, a resistência destas aumentou, viraram de agulha, para  criticar a Comunidade Europeia e passar a defender mais Europa. Ou seja, quase todos começaram a afirmar que a solução da crise financeira passava pelo Euro, pela mutualização da dívida e pela transformação da União Europeia em Federação. Entretanto, como os credores representados pela Troika, continuam a exigir as reformas estruturais, para acabar com os privilégios dos políticos, militares, juízes, médicos e professores, entre outros, as elites instaladas voltaram a mudar de estratégia.

Ainda que utilizando terminologias diferenciadas, temos assistido nos últimos meses, a um numeroso grupo de autores, que começaram por criticar  a austeridade imposta pela Comissão Europeia. Responsabilizam a moeda única e admitem a desintegração ou saída da UE, porque não querem ser dirigidos pelos Alemães, já não apenas, pela Merkel. Ainda que a maioria deles, valorizem mais o triângulo -Lisboa, Luanda e Brasília - como forma de nova estratégia geopolítica, para pressionar a Europa a satisfazer "os nossos interesses", para Adriano Moreira e Mário Soares, a CPLP deve ser encarada como alternativa estratégica. Nos últimos dias e com estratégia política idêntica, os Oficiais e Generais das Forças Armadas, através de reuniões e declarações, deixaram avisos claros que não querem ceder, nem nos privilégios, nem aceitar a liderança Alemã!

Outros dos autores, que vão reflectindo sobre a crise, duvidando da nossa capacidade de influenciar o triângulo lusófono, prefere equacionar as nossas tradicionais ligações à América e particularmente à Inglaterra, como o fez Manuela Alegre. Em síntese, as elites portuguesas que esbanjaram os fundos vindos da UE para  construções megalómanas, corrupção e vida faustosa, preparam-se para encontrar uma potência, que lhes permita manter os privilégios, à custa da generalidade do povo e da nossa integração na União Europeia, base indispensável para o nosso desenvolvimento e progresso social!