domingo, 16 de maio de 2010

Saldanha Sanches: De intrépido revolucionário, a convatente corajoso contra a corrupção!

Foi com profunda emoção, que participei no funeral de Saldanha Sanches. O sentimento de ver partir, mais um ex Camarada Revolucionário dos tempos da luta contra o fascismo. Tempo histórico, que permitiu distinguir os Homens e Mulheres que ousaram arriscar a vida, ou no mínimo serem presos, em prol de um ideal comunista, enquanto o comum das pessoas preferia nada fazer, uns, por comodismo e oportunismo, outros, simplesmente por ignorância alimentada alimentada ,pelo regime, através dos pelos efs.
Os Ex ML, sabem, que Saldanha Sanches, passou de herói a " renegado ", quando deixou de acreditar na revolução do proletariado, via MRPP. Mas, hoje, muitos portugueses sabem, que ao deixar a causa de uma revolução impossível, S. S. não deixou de lutar por uma nova causa revolucionária: a luta contra a corrupção.
O seu exemplo de cidadania activa, consciente e intrépido, através dos vários órgãos de comunicação social, na denuncia da corrupção que mina o nosso país, demonstrou, que continuou até ao fim da sua vida como um verdadeiro revolucionário, apenas mudando nas causas porque lutou.
O elogio fúnebre, feito por um dos vários professores da FDL que estavam presentes, relativo à passagem de S. S.pela Faculdade, como aluno e professor, evidenciou também o mesmo espírito irreverente e convativo. Nos últimos anos, em que partilhamos o mesmo espaço na faculdade,
nem o tive como Professor, nem estabelecemos relações pessoais, apesar de nos vermos diariamente.Todavia, tinha por ele um grande respeito intelectual e consideração pessoal, razões que aumentou a sensação da perda de um grande homem, de um amigo que com quem lutei lado a lado ,sem nos podermos conhecer, e que apenas conversei com ele uma vez, num almoço de confraternização de ex MRPP.
Defendo há muitos anos, que os homens que se destiguem, pela sua obra na sociedade, devem ser homenageados ainda em vida e conscientes. Como assim não acontece, é possível encontrar nos funerais os adversários ou inimigos do falecido, que logo se " transformam " em amigos... Admito, pelo que presenciei, que também tenha havido algum caso idêntico.
Relevante, para além da homenagem a S. S., foi encontrar vários homens que não via há muito tempo, ex camaradas revolucionários, o que me provocou profunda alegria, por paradoxal que possa parecer. Senti então, novamente, que não faço parte de uma " geração perdida ". A opção que fizemos na nossa juventude, não foi inconsciente,mesmo que fosse utópica. A quantidade de homens e Mulheres, ex revolucionários, que desempenham funções relevantes na sociedade portuguesa, evidencia a nossa opinião.
A nossa presença na despedida do Saldanha Sanches representou a nossa homenagem à sua vida revolucionária, mas, constituiu também mais um reconhecimento de que valeu a pena lutar contra o fascismo e pelo comunismo quando éramos jovens e, depois, pela Liberdade, Democracia e Progresso Social .Hoje, na senda do homenageado, alargar a luta contra o flagelo da corrupção,causa primeira das desigualdades sociais.

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