domingo, 15 de setembro de 2013

O MEU VOTO DE PROTESTO: NÃO VOTAR NOS PARTIDOS REPRESENTADOS NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA!




O meu voto de protesto: Não votar nos partidos representados na Assembleia da República!
Pela primeira vez, após o 25 de Abril, não voto em qualquer partido. O facto de ainda estar inscrito no PS, não me impede de assumir um voto de consciência, de protesto contra a situação de protectorado em que o país se encontra, de revolta pelas condições existentes no mundo do trabalho, porque:

É meu dever protestar contra os dirigentes políticos, que desde a implantação da democracia, já permitiram ou contribuíram para o país cair em banca rota por três vezes. Condeno, particularmente, os responsáveis pela situação económica e social actual, quando estamos na União Europeia há um quarto de século, da qual recebemos centenas de milhares de milhões de euros para nos modernizar e desenvolver. Não quero continuar a viver num país onde os PRIVILEGIADOS tem tudo, como é documentado no livro de Gustavo Sampaio, "Os Privilegiados".

É ainda meu dever, protestar contra as pessoas e os partidos que impediram a aprovação do PEC IV, contra os que assinaram o Memorando e tudo tem feito para não o aplicar, contra os partidos que não o assinaram mas contribuíram para a situação em que vivemos e sabem que não há alternativa a ter que pagar aos credores, mas tudo fazem para gerar uma crise política, na esperança de ser protelado o pagamento da dívida e, assim, poderem continuar com os seus interesses instalados nos sindicatos, em muitas câmaras municipais e alguns organismos do estado, recusando toda e qualquer reforma.

O conhecimento que julgo ter da realidade portuguesa, obriga-me a protestar contra as desigualdades sociais, a criticar os actores políticos que pouco ou nada fizeram para as diminuir, e a condenar a Elite portuguesa, que tudo tem feito para manter e até agravar a diferença nas classes sociais, para poder manter o seu estatuto de viver na ociosidade e das rendas do Estado, que voltaram a capturar. É um factomque aceitaram a abertura de novas universidades e o alargamento do ensino a alguns novos sectores da população, mas logo baixaram as exigências e a qualidade do ensino e, simultâneamente, fizeram dele um negócio rentável onde os escândalos e  a corrupção foram predominantes. Esta Elite sem vergonha dá, diariamente nas televisões, um espectáculo degradante na defesa das suas reformas douradas, onde demonstra um desprezo profundo pelos que trabalham, os quais recebem menos duma décima parte do que eles ganham de pensão, apesar de não terem carreira contributiva correspondente.

Como activista político e cidadão consciente e informado, não posso deixar de protestar contra a quantidade de auto estradas e scutes, hospitais onde não faziam falta, obras megalómanas, parcialmente utilizadas, como os estádios de futebol, etc, etc. Quase tudo construído para satisfazer a vaidade, os interesses e até a corrupção de muitos dos políticos, dar lucros exorbitantes para as empresas de construção civil, de serviços e outras e, fundamentalmente, para reforçar o poder e o controle dos bancos sobre o país. Paralelamente, como não se desenvolveu o país, não se diminuiu as desigualdades e muitos dos interesses instalados viviam dos mais variados subsídios, à medida que começaram a ser cortados, as auto estradas ficaram vazias e a generalidade dos outros empreendimentos, abandonados ou subutilizados. O povo português não tem que continuar a suportar a corrupção existente, tal como é descrita no livro de Paulo de Morais, "Da corrupção à crise, que fazer?"

Como ex autarca, não executivo, não poderei deixar de voltar a condenar o oportunismo e o escândalo que constituiu a não aplicação da lei de limitação de mandatos, contra os dinossauros e a não extinção de parte dos municípios. Não poderei deixar de protestar contra o desperdício de dinheiros públicos pela generalidade das autarquias, que muito contribuiu para o endividamento do país. Não construíram apenas rotundas por todo o lado, piscinas e pavilhões gimnodesportivos próximos uns dos outros, em concelhos diferentes. Permitiram e fomentaram, a construção de um enorme parque habitacional em zonas agrícolas e até em reservas naturais e outras, enquanto abandonaram a restauração da habitação nos centros das cidades, das vilas e algumas aldeias. Como exemplo do desperdício e da corrupção, será suficiente lembrar, que conseguiram construir equipamentos sobre distribuição de água e tratamento de águas residuais, suficiente para uma população quatro vezes superior! Muitos equipamentos ou nunca funcionaram ou não foram concluídos por desnecessários e alguns estão fechados, porque o custo do seu funcionamento é incomportável.

O meu voto de protesto, é ainda contra a situação política económica e social reinante no município a que pertenço, controlado nos últimos dezasseis anos pelo PS. Aparentemente, a situação irá mudar com a não candidatura da actual presidente. Todavia, como o candidato a presidente, é o actual vice presidente, não lhe ser reconhecido qualquer estratégia política para o concelho e, principalmente, o facto da ainda presidente continuar como principal protagonista e tudo controlar na campanha, indicia que nada irá mudar. Ela continuará a controlar a actividade política e a gerir os negócios do concelho, como digna representante  dos interesses instalados, representados através de três acontecimentos elucidativos:

 Primeiro, mal iniciou o mandato, o Eduardo Rodrigues da Obriverca, afirmou em entrevista, que iria construir um bairro habitacional nos terrenos da Mague, que era zona industrial, conseguiu. Agora que a crise na construção é grande, a câmara vai construir a nova biblioteca (desnecessária), nos terrenos que eram do Eduardo Rodrigues e...acreditando em  algumas afirmações públicas, prepara-se para ficar com o Vila franca Centro. Segundo, em período algum se construiu e renovou tantas igrejas no concelho, como nos seus mandatos, enquanto no mesmo período, aniquilou a vida partidária do PS. Terceiro, durante todo o  seu mandato, prometeu fazer tudo para ser construído um novo hospital público, em Vila Franca. Finalmente, o "sonho"concretizou-se no seu mandato...entrou em funcionamento um NOVO HOSPITAL PRIVADO, através de mais uma  PPP!O país vai pagar, para manter rendas exorbitantes ao banco e os doentes irão pagando, como Bárbara Rosa e Rui Oliveira marques, autores do livro "má despesa pública nas autarquias", demonstram exemplarmente.

Finalmente, o meu voto de protesto é também contra a situação política existente na futura união de freguesias, onde resido. Primeiro, não posso apoiar um candidato, que andou a fazer propaganda contra a união de freguesias e agora quer ser seu presidente. Segundo, quem não demonstrou qualquer capacidade de liderança, como presidente da junta de Alhandra, não está preparado para liderar a União de Freguesias. Terceiro, tanto quanto julgo saber, a lista de candidatos foi constituída através de negociatas e até insultos pessoais, que não dignificam a política nem dá qualquer credibilidade aos autores.

Pelas razões expostas e muitas outras, que não menciono para não tornar ainda mais extenso o artigo, o meu voto de protesto é ANULAR O VOTO e não votar em branco, como inicialmente pensei, para nem sequer contribuir para aumentar o número de votos válidos e o respectivo subsídio, a atribuir aos partidos. Pensarão: mas esta opção constitui alternativa? Direi que não! Votaria numa lista de independentes? Seria e certamente será, uma alternativa para muitos eleitores, onde tiverem sido apresentadas essas listas. Todavia, o meu objectivo, não é apenas que numa ou noutra autarquia se acabe com o situacionismo e, ou, a corrupção. Relevante será, se o generalizado descontentamento com a situação política e social, com os políticos e com os autarcas, se traduzir num aumento, significativo, de votos em branco, votos nulos e  a abstenção se acentuar, em relação as eleições anteriores. Se assim acontecer, pode provocar um grande choque e revolta nos partidos, que os obrigue a mudar ou, não tendo esse efeito, possa contribuir para a formação de novos partidos e uma autentica democratização do regime que, segundo Paulo Morais e outros autores,  está a ficar moribundo!


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