quinta-feira, 27 de setembro de 2012

O "Quartel General" Dos Interesses Instalados Teme Que O Poder Caia Nas Ruas!




O "Quartel General" dos interesses instalados - Maçonarias, Opus Dei, Organizações secretas, discretas e afins - teme que o poder caia nas ruas. Nas ultimas semanas, através de várias entrevistas,  artigos de opinião e de comentários nas televisões, os poderosos do regime e os seus porta vozes, tudo fizeram, para enquadrar as ultimas manifestações de rua, dentro do actual sistema político e realçar o seu carácter pacífico. Usando um cinismo revoltante, expressaram compreensão com as dificuldades do povo, particularmente da classe média e, simultâneamente, assumiram a necessidade de algumas das medidas propostas pelo governo, serem alteradas. Todavia, nenhuma sugestão, tinha por objectivo atingir os interesses instalados.

Parece cada vez mais indiscutível, que a Troika, não ficou satisfeita com a situação encontrada, particularmente, com o atraso das reformas estruturais, que todos os lóbis lutam para impedir. A proposta escandalosa de alteração da TSU, teve a vantagem de agitar o mundo do trabalho do sector privado. Contudo, foram as medidas apresentadas pelo Ministro das Finanças, que incendiou o protesto generalizado pois, ainda que timidamente, propõe algumas reformas contra os interesses instalados, como é o caso da tributação de todo o património e a extinção de fundações ou a diminuição dos respectivos subsídios.

Tais factos, foram o suficiente para que o "Patriarca" do PS e alguns seguidores, e muitos comentadores, afirmassem que o acordo com a Trioka não devia ser cumprido, que o governo já não tinha condições para governar e que deveria ser substituído. Acto contínuo, logo os radicais e os saudosos do poder, pelo poder, do PS,  afirmaram que o partido se devia preparar para governar, enquanto outros, mais "famintos", queriam o poder já, que o partido estava preparado. Naturalmente,  tais opiniões e atitudes, foram apoiadas pelo PCP e BE, ainda que, com alguma ambiguidade.

Certamente, por efeito de pressões e negociações, através do "Quartel General" dos interesses instalados, de um momento para o outro, passou-se da critica ao governo, por causa da TSU, para a condenação e defesa de substituição do governo, porque pretendia atingir os interesses instalados. Porem, os interesses instalados tem porta vozes autorizados e privilegiados. Logo que o "insuspeito grau 33 do  GOL", assumiu, que o actual governo tem condições para governar, a contestação acabou, e passou a depositar-se todas as esperanças na reunião do Concelho de Estado, que necessariamente haveria de ultimar, ou apenas aprovar, a nova partilha do poder feita discretamente.

Como todos sabemos, na vida das pessoas e na actividade das organizações, acontecem situações imprevistas, por vezes dramáticas, quando não se quer ter em conta a realidade dos factos. Na manifestação do dia 15 de Setembro, já tinha sido perceptível, que muitas pessoas não se limitavam a criticar e condenar apenas a Troika e o Governo. Gritavam também contra a corrupção e contra os "gatunos", que exibiam em cartazes. Ao que parece, o poder não valorizou estas criticas e os partidos assobiaram para o lado.

 Contudo, a manifestação em frente ao Palácio de Belém, enquanto decorreu a reunião do Concelho de Estado, não deixou dúvidas quanto aos seus objectivos imediatos: criticar, condenar e apupar todos! Estava o Presidente e ex Presidentes da República, Primeiro Ministro, Ministro das Finanças,  Partidos Políticos Democráticos, Altas Personalidades como Conselheiros de Estado, ou seja, estavam os representantes do actual sistema político. Para que dúvidas não houvesse, vários manifestantes gritavam ainda contra todos os partidos, contra os sindicatos e contra os patrões.

O poder caiu na rua? Não! A contestação ao sistema caiu na rua? Sim! Ás manifestações constituíram factos relevantes para o futuro do país? Sim! A maciça participação das pessoas foi positiva ou negativa? As duas coisas. Positiva, porque revelou que muitas pessoas mais jovens acordaram para a contestação e, acima de tudo, demonstraram uma consciencialização de luta, não apenas contra o governo, mas contra todos os interesses instalados, ainda que mal identificados. Negativa, porque sendo um movimento inorgânico e, ainda, anti partidos, impede que formalize propostas concretas alternativas, que desenvolva actividade continuada e consistente,inclusive criando nova organização política e, finalmente, pode ser aproveitada por organizações ou partidos antidemocráticos.

O facto do Governo recuar na TSU, ainda que prepare medidas mais duras, o alerta que sofreram  os partidos e sindicatos, os volte face, que várias personalidades e comentadores estão a fazer, "defendendo" já algumas reformas, tudo se deve às grandes manifestações espontâneas. O "Quartel General" dos interesses instalados, particularmente as Maçonarias, começam a revelar algum nervosismo, à medida que lhe afectam os interesses e que os identificam, como os principais responsáveis, pela marginalização dos partidos, pela corrupção e pela impunidade reinante no país. Quando o povo se levanta...o mundo move-se... espero que seja na direcção justa, pois há nuvens negras no horizonte.

Sem comentários:

Enviar um comentário