quinta-feira, 17 de outubro de 2013

PORQUE SE ESPERA PARA SE ATRIBUIR O VALOR DAS REFORMAS E PENSÕES, NA BASE DA CARREIRA CONTRIBUTIVA TOTAL DE CADA BENEFICIÁRIO?




Porque se espera para se atribuir o valor das reformas e pensões, na base da carreira contributiva, total, de cada beneficiário? Para além de ser a única solução justa, (reflectindo a contribuição de cada pessoa) seria, certamente, uma forma de tornar mais sustentável a segurança social (CNP e CGA) e, ainda, permitir a todos os que trabalham actualmente e no futuro, manterem a justa expectativa de, também eles, terem reformas de acordo com as suas carreiras contributivas.

 Perante o movimento, avassalador, de críticas e condenação dos cortes nas "reformas douradas" , permitido ou fomentado pelas televisões e protagonizado pelo PS, PCP, BE, (se o PS estivesse no governo, seria o PSD e o CDS) e, principalmente, pela APRE, Mário Soares, Vieira da Silva (como hoje na AR), Francisco Louça,  Bagão Félix e Manuela Ferreira Leite, porque não se torna público as carreiras contributivas de todos? Seria relevante ficarmos a saber, qual a quantidade de pessoas, que nos vários organismos do estado e das autarquias locais, que se aposentou com dez, vinte ou trinta anos e que, na generalidade dos casos, se fossem aposentados de acordo com a sua carreira contributiva, não teriam metade da pensão que recebem actualmente.

 Também ficaríamos convictos, que o facto de muitas reformas dos trabalhadores do sector privado serem baixas, (em média um terço das pensões dos que trabalharam para estado), se deve ao facto de, durante vários anos, particularmente na construção civil,  muitos trabalhadores e patrões, terem feitos descontos para a segurança social, apenas na base de salários mínimos. Em contrapartida, outros homens e mulheres  também do sector privado, conhecedores das deficiência ou lacuna das leis, só começaram a fazer descontos, na base do seu verdadeiro salário, cinco ou dez anos antes de se reformarem, conforme a lei estabeleceu, como base de reforma, os melhores cinco ou dez salários, dos últimos dez ou quinze anos de trabalho, respectivamente. Estes trabalhadores, acabaram por ter  reformas mais elevadas, que não são correspondentes com as  suas carreiras contributivas! 

Todas as pessoas, minimamente informadas, sabem que os altos quadros do estado, gestores públicos, políticos, legisladores (ainda que através das grandes empresas de advogados), professores, juízes, médicos, entre outros, tudo fizerem para se auto-promover ou promoverem-se uns aos outros, (particularmente antes de se aposentarem) através de leis e regulamentos que os "blindaram", contra qualquer mudança política. Perante a exigência dos credores, através da Troika, para que haja cortes nos vencimentos e reformas, tem tido o Tribunal Constitucional, a impedir as medidas previstas nos OGE.

Estas pessoas, os interesses instalados, não satisfeitas de viverem à tripa forra,  (com os fundos da UE e dos empréstimos que foram contraídos), nos últimos quinze ou vinte anos, que nos levou novamente à banca rota, ainda querem continuar a viver à grande com as suas reformas douradas, à custa de quem recebe baixos vencimentos ou salários. Esta Elite, tem demonstrado um desprezo absoluto pela esmagadora maioria dos reformados, que com baixas reformas quase vegeta; revelam-se indiferentes com os futuros reformados, que não sabem que reformas terão; e, esquecem, que há mais de meio milhão de desempregados que já não recebem subsídio, para o qual tinham descontado, alguns dos quais, com mais anos de contribuições do que muitos  reformados. Senhores instalados, acabem com a demagogia, com a hipocrisia, tenham o mínimo de dignidade e respeito pelas outras pessoas! 


Adenda: Para os que leiam este artigo e, eventualmente, não tenham lido outros artigos que escrevi no meu blog, ou as notas no facebook, espero que não pensem, que os cortes de vencimentos ou de pensões, é o meu único ou principal objectivo de critica e de denuncia. Desde o início que apoio o Memorando da Troika, através de artigos e intervenções públicas, porque nesse Documento está bem identificado os principais culpados, pela situação a que nos fizeram chegar, nomeadamente: Bancos, Empresas de energia, BPN, PPPs, Fundações, Institutos,  corporativismo das profissões liberais, entre outros objectivos, sem esquecer o maior escândalo dos seguros de crédito dos investimentos que, juntamente com as PPPs, suga as finanças do país e empobrece os portugueses! É contra estes interesses obscenos e a sua denuncia, que tenho dedicado o meu principal esforço!

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