segunda-feira, 25 de abril de 2011

Comemorar o 25 de Abril, num estado de frustração e revolta!

II



Formado o MRPP, por um ou outro intelectual, vários estudantes universitários e por seis operários, dos quais fazia parte, iniciou-se uma grande actividade política de propaganda e agitação, ultrapassando todas as que se conheciam ou diziam existir. Como resultado dessa actividade e por falta de organização conspirativa, como mais tarde vim a saber, deu-se várias prisões, casos do Fernando Rosas do "Zé dos frangos" de Vila Franca.




Após as prisões e porque eles conheciam pessoalmente vários militantes e alguns organismos, entre os quais aqueles que eu estava ligado, foi decidido passar à clandestinidade. Assim passei três semanas onde constatei: falta de solidariedade, falta de organização conspirativa e, acima de tudo, falta de confiança política no Arnaldo Matos, com o qual reuni várias vezes em minha casa, que era acusado de pertencer à CIA. Após a confirmação que ambos tinham falado na prisão e denunciado tudo o que conheciam, parti imediatamente para França, através da rede dos imigrantes clandestinos.




Chegado a Paris sem qualquer contacto político, num período em que o governo francês já dificultava ao máximo a legalização dos clandestinos, estive nove meses com documentação provisória e para me conseguir legalizar tive que trabalhar nos mais variados trabalhos de limpeza, apesar de já ter trabalhado como electricista seis anos, para os franceses em Portugal e três na Efacec, inclusive como encarregado. Conseguido que foi a minha legalização, no dia imediato voltei a trabalhar na Alsthon, em Paris.

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