segunda-feira, 28 de maio de 2012

Reorganização Administrativa, Autarcas Defendem...Suas "Quintas" E Seus Lugares!




A sessão pública,sobre a Reorganização Administrativa, realizada da Sociedade Euterpe Alhandrense, evendiciou o que tenho escrito e afirmado em debates: os actuais autarcas, não querem esta reforma administrativa, nem qualquer outra, que diminua o número de municípios ou de freguesias. Os interesses do povo, que dizem representar e defender, é apenas um pretexto para tentar justificar os interesses instalados e entrelaçados entre os eleitos, familiares e amigos e as empresas que se servem da generalidade das autarquias, como tem sido denunciado por vários autores.

Voltando à sessão. Começou cerca das 22h, ou seja, atrasada meia hora. Depois, começaram as intermináveis intervenções, dos muitos convidados, até às 23.15h. Entretanto, face ao adiantado da hora, algumas das pessoas presentes começaram a abandonar o salão. Porém, apesar de terem repetido, que estavam ali para ouvir as pessoas, mal terminou as intervenções dos membros das mesas, logo começaram outras longas intervenções, dos autarcas que estavam presentes no salão.

Naturalmente, perante os contínuos discursos de propaganda e de repúdio da reforma, as poucas pessoas presentes, que não eram autarcas ou ex autarcas, acabaram por ir saindo,  sem ter podido intervir, até às 23.45h. Como tive oportunidade de afirmar a seguir, relativamente irritado, estivemos perante uma sessão de propaganda, de defesa dos interesses instalados, e não de um debate de esclarecimento para as pessoas, como se tinha proposto fazer. Quando será, que estes "senhores iluminados" respeitam o Povo, e compreendem, que o cidadão comum, não está disposto a esperar até cerca da meia noite, para eventualmente poder intervir?

Quanto ao conteúdo das intervenções, ainda que convergentes na recusa da Reforma Administrativa, assumiram contornos diferenciados. A Plataforma e os outros intervenientes do PCP, como era de esperar, assumiram uma atitude de condenação da reforma, da Troika e do Governo. Para eles, tudo está bem como está. Não há Freguesias nem Municípios a mais. Na sua opinião, os Autarcas em nada contribuíram para o deficit das contas públicas. A Reforma Administrativa, é apenas mais um ataque ao poder autárquico, ao 25 de Abril e à Constituição. A crise, em que vive a Europa, é apenas uma crise do capitalismo e o Memorando da Troika um acordo de traição nacional. Em resumo, nada de novo, excepto...o facto de terem recebido o aplauso dos autarcas socialistas!

Da intervenção do Presidente da Anafre, só se pode dar realce à sua demagogia. A forma como apresentou os gráficos e os quadros comparativos, sem se referir ao que antes o Governo tinha apresentado, no Livro Verde, demonstrou que vale tudo para tentar encontrar argumentos, contra qualquer reforma. Interessante, foi o facto de passar a sessão, sem se pronunciar contra a Lei, por esta não contemplar, também, a extinção de municípios apesar de, reiteradamente, ter afirmado que é nas freguesias que o "investimento", os gastos, tem maior retorno e onde existe maior ligação e preocupação com as populações.

 Quanto à ajuda na propaganda,que ele esperava do Professor Universitário, foi uma grande desilusão. Para além de ter tido uma longa intervenção, a falar de muita coisa que nada tinha a ver com a Lei sobre a Reforma Administrativa, acabou por tirar uma conclusão que, objectivamente, contrariava os "objectivos da Anafre.Os Autarcas, tem reiteradamente afirmado, que são pela reforma, mas não por esta, porque não é decidida pelas populações. A conclusão, que o Professor evidenciou, é que as únicas reformas feitas nas autarquias, foram sempre concretizadas em regimes ditatoriais, ou revolucionários os contra revolucionários, ou seja, os interesses instalados, nunca aceitaram reformas a não ser pela força. Estamos exactamente na mesma situação, Portugal perdeu a autonomia, vivemos em Estado de Excepção, a Troika manda e vamos ter reforma, ainda que incompleta.

Finalmente, quanto às intervenções dos Autarcas Socialistas, voltaram a demonstrar que a estratégia...é não ter qualquer orientação definida. Como não está em questão o Município, a Presidente da Câmara, o Presidente da Assembleia e o representante do Sobralinho, ainda que criticando a necessidade da reforma, para o qual, fizeram aprovar Moções, nas Assembleias de Freguesia e na Assembleia Municipal e terem aplaudido as intervenções contra o Governo e a Troika, acabaram por apelar para que, agora, se faça a discussão sobre a integração ou extinção de freguesias, tendo em conta, que a lei já foi promulgada pelo Presidente da República.

 Estávamos em Alhandra mas, apesar da crítica que fiz, não foi assumido pelos autarcas presentes, qual a posição que vão defender, para que a nossa freguesia não seja anexada. Alhandra, São João dos Montes e o Sobralinho, podem e devem constituir uma grande Autarquia. Todavia, como a Freguesia de São João dos Montes, não está em risco de extinção, será preciso discutir, politicamente com eles, para os persuadir, que tem mais a ganhar,do que a perder, com a integração numa nova Autarquia.

Sem comentários:

Enviar um comentário