sábado, 12 de maio de 2012

Seguro Ganha Autoridade, Diz Não A Mário Soares!

Foi a luta pela consolidação da Democracia e a defesa da entrada de portugal na CEE, protagonizadas por Mário Soares, que me incentivou a filiar no PS, após profunda reflexão sobre o Marxismo Leninismo. Desde então, apesar de nunca ter conversado com ele, considero-me um Soarista. Não por seguidismo nem por reverência à sua personalidade mas, principalmente, pelas suas ideias e a coragem de as assumir, como foi o caso da sua primeira candidatura a Presidente da República, a qual apoiei desde o início.

Apesar desses factos, não é a primeira vez que tenho opinião contrária à sua. Todavia, face à sua experiência política e conhecimento da História, sempre que discordo ou não compreendo o alcance das suas palavras, sinto-me na obrigação de reflectir, sobre as questões que ele aborda.
 Aconteceu assim, recentemente, quando decidiu apoiar as posições de Vasco Lourenço, de não comemorar o 25 de Abril na Assembleia da República. Depois de procurar um eventual enquadramento válido e de várias discussões políticas, assumi uma posição contrária e critica de Mário Soares.

Esta semana, Mário Soares, primeiro no seu artigo no DN e depois na entrevista ao Jornal i, volta a assumir posições políticas, que me surpreenderam profundamente. Defender que o PS, se deve desvincular do acordo com a Troika, porque houve modificações no Memorando, só pode contribuir para agravar a crise em que o país se encontra.
 Significa, objectivamente, deitar por terra a credibilidade que o país foi  adquirindo, progressivamente, perante o FMI, BCE e UE. Ou Mário Soares tem informações que mais ninguém possui ou, então, está a assumir uma posição política, em contradição, com a responsabilidade como no passado dirigiu o país.

Todos sabemos, quanto é grande o prestígio e, ainda, a influência política que Mário Soares tem no país e, principalmente, nos militantes e muitos dirigentes do Partido. Ao assumir a defesa da rotura com o Memorando, mais não fez do que dar cobertura, a todos quantos discordam de António José Seguro e criticam a sua forma de fazer oposição, ao actual governo.

 Posso admitir, que o seu desígnio era criar espaço ao PS, para poder contabilizar algum do descontentamento e protesto, contra as graves medidas do Governo. Contudo, o que vimos de imediato, foi o apoio de Francisco Assis à sua tese quando, até agora, tinha mantido o apoio às posições de A.J. Seguro e assumindo a manutenção do compromisso com a Troika, que ele tinha defendido, enquanto líder parlamentar. 

Posteriormente, um grupo de deputados vota contra a orientação do líder parlamentar, violando a disciplina de voto e, Vieira da Silva, critica Seguro, por falta de liderança. Se tivermos em atenção, que vários dos deputados, que furaram a disciplina de voto, foram membros do Governo ou tiveram grandes responsabilidades no partido, quando Sócrates negociou e aprovou o Memorando, este facto é, no mínimo, incompreensível. 

Mais incompreensível e, na minha opinião, inadmissível, é o facto de todas aquelas atitudes políticas e as de muitos comentadores, que diariamente nos mentem com total impunidade, só terem aparecido, depois do Governo ter retirado direitos e regalias ao mundo do trabalho, "destruído" o Código do Trabalho,
e pouco ou nada ter feito, para acabar com os interesses instalados, que capturam o Estado! 

 Será, que para estas pessoas, o problema de Portugal, começa e acaba na a dita classe média? E os milhões de trabalhadores, que ganham o salário mínimo ou pouco mais, e que na prática já não lhe reconheciam direitos  sociais e económicos, não contam? Este esquecimento...pode sair caro ao regime democrático! Quando será, que se assume com frontalidade, que o problema de Portugal não são os trabalhadores, mas antes, as Elites que nos governaram e os que dirigem as empresas e o país?

Tenho plena consciência, que o Governo está, progressivamente, a destruir o Estado Social. Sou vítima, como muitos outros portugueses, das medidas de austeridade. Penso, que pouco ou nada contribuí, para a situação em que o país se encontra e "paguei o preço", de lutar contra a corrupção. Todavia, considero meu dever, apoiar as medidas que permitam Portugal sair do "Estado de Excepção" e recuperar a plenitude de um Estado de Direito Democrático e Social. 

Em síntese, dentro do actual contexto, continuarei a apoiar António José Seguro e a sua orientação política, que uma grande maioria dos militantes aprovou no último Congresso. Consequentemente, saúdo e apoio as posições que o Secretário Geral do PS assumiu, quer sobre o 25 de Abril, quer sobre a não rotura do Memorando!


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